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Dólar volta a subir e fecha a R$ 5,181; Bolsa também tem alta, a 2ª seguida

Com a alta de hoje, o Ibovespa voltou a ficar acima dos 128 mil pontos depois de quase 3 semanas - Cris Fraga/Estadão Conteúdo
Com a alta de hoje, o Ibovespa voltou a ficar acima dos 128 mil pontos depois de quase 3 semanas Imagem: Cris Fraga/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

13/07/2021 17h23Atualizada em 13/07/2021 17h42

Após forte queda na véspera, o dólar voltou a subir na sessão de hoje, fechando o dia cotado a R$ 5,181 na venda. A alta de 0,13% é a sétima registrada em julho, mês em que a moeda americana já acumula valorização de 4,18% frente ao real.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), também terminou a sessão em alta, a segunda consecutiva. Com a valorização de 0,45%, o indicador chegou aos 128.167,74 pontos — voltando a ficar acima dos 128 mil pontos depois de quase três semanas.

Em 2021, dólar e Ibovespa vão seguindo caminhos opostos: enquanto a moeda soma leve queda de 0,15%, o índice tem forte alta de 7,69%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Dados dos EUA assustam

Pela manhã, números do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos mostraram que a inflação de junho subiu ao maior patamar para o mês em 13 anos, em meio a restrições de oferta e uma recuperação contínua nos custos de serviços relacionados a viagens. Os dados assustaram investidores, o que acabou influenciando o movimento do dólar ao longo do dia.

Logo após a divulgação dos números, às 9h30, a moeda americana abandonou a estabilidade vista nos primeiros minutos da sessão e saltou 0,7%, a R$ 5,21, acompanhando a força do índice do dólar no exterior. Pouco tempo depois, acelerou ainda mais os ganhos e tocou os R$ 5,224 — a máxima do dia.

"Esse era o grande indicador do dia e veio muito acima do esperado; isso, a princípio, assusta um pouco o investidor", disse à Reuters Rafael Claudino, sócio fundador da HCI Invest, apontando para apostas de que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) reduzirá seus estímulos e elevará os juros mais cedo do esperado.

CPI e reformas no radar

Paralelamente, investidores continuavam de olho no clima político em Brasília. Em meio às investigações da CPI da Covid no Senado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou que tenha cometido prevaricação no caso das supostas irregularidades na negociação para a compra da vacina Covaxin.

Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos, escreveu em seu blog que a CPI "continuará causando ruídos e desconforto ao governo, mas ainda sem potencial de 'explosão'", enquanto o mercado seguirá de olho nos desdobramentos em torno das propostas de mudanças tributárias do governo.

Para Rafael Claudino, da HCI Invest, ainda há espaço para a queda do dólar ante o real, apesar da sequência de altas registradas no mês.

O cenário político tem impacto no curto prazo, mas, no longo, o que vai direcionar a taxa de câmbio é o posicionamento [sobre os juros básicos da economia] do nosso Banco Central e do Federal Reserve.
Rafael Claudino, da HCI Invest

(Com Reuters)