Após maior alta em 10 meses, dólar cai e fecha a R$ 5,231; Bolsa sobe 0,81%
Após registrar a maior alta em dez meses, o dólar fechou a terça-feira em queda de 0,37%, cotado a R$ 5,231 na venda — interrompendo uma sequência de três altas. No mês, é apenas a terceira vez em 13 sessões que a moeda americana registra perdas frente ao real, que vem sofrendo com os temores sobre a variante delta do coronavírus.
Já o Ibovespa subiu depois de três pregões negativos, dois deles com perdas acima de 1%. Hoje, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) teve alta de 0,81%, aos 125.401,36 pontos — patamar ainda distante do recorde histórico de 130.776,27 pontos alcançado há pouco mais de um mês, em 7 de junho.
Mesmo com os desempenhos de hoje, nem dólar, nem Ibovespa conseguiram reverter a trajetória do mês. A moeda americana segue acumulando forte alta de 5,19% em julho, enquanto o indicador tem queda de 1,10%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Sessão instável
A fraca agenda de indicadores econômicos no Brasil e o recesso parlamentar, iniciado nesta semana, orientam as atenções do mercado para o cenário externo. Lá fora, têm predominado receios sobre impactos econômicos de novas ondas da pandemia pelo mundo, o que levaria países a adotar restrições (como o lockdown) novamente.
Apesar de terminar o dia em queda, o dólar trocou de sinal várias vezes ao longo do dia, chegando a subir 0,9% pela manhã. O sentimento segue instável depois do mau humor da véspera, causado justamente por uma onda global de aversão a risco — resultado dos temores sobre a covid-19.
"As preocupações com os impactos da variante delta [do coronavírus] no processo de reabertura econômica limitam a recuperação dos mercados", disse o Bradesco em relatório matinal, citando também a recente força do dólar antes da temporada de balanços corporativos de empresas dos Estados Unidos.
Ainda acredito que o cenário-base seja de muita volatilidade e pouca tendência.
Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos
(Com Reuters)
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