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Dólar tem maior queda semanal desde maio e vai a R$ 5,196; Bolsa sobe 2,22%

Em agosto, tanto dólar quanto Ibovespa acumulam queda, restando ainda 2 sessões para fechar o mês - Getty Images/iStockphoto
Em agosto, tanto dólar quanto Ibovespa acumulam queda, restando ainda 2 sessões para fechar o mês Imagem: Getty Images/iStockphoto

Do UOL, em São Paulo

27/08/2021 17h21Atualizada em 27/08/2021 17h28

O dólar fechou a sexta-feira (27) em queda de 1,17%, cotado a R$ 5,196 na venda, após registrar alta na véspera. É a quarta sessão de perdas desde segunda-feira (23) para a moeda americana, que termina a semana em desvalorização acumulada de 3,52% frente ao real — a maior desde a primeira de maio (-3,74%), interrompendo uma sequência de três semanas positivas seguidas.

Fazia mais de um mês que o dólar não fechava uma semana abaixo de R$ 5,20. A última vez foi em 16 de julho (R$ 5,115).

Já o Ibovespa subiu 1,65% — o segundo melhor resultado da semana, perdendo apenas para terça-feira (+2,33%) —, chegando aos 120.677,60 pontos. Com o desempenho de hoje, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) encerra a semana em alta acumulada de 2,22%, depois de duas baixas consecutivas.

Em agosto, tanto dólar (-0,28%) quanto Ibovespa (-0,92%) vão somando queda, restando ainda duas sessões para fechar o mês. Já em 2021, o balanço é positivo para os dois: a moeda tem leve alta de 0,13%; o indicador, de 1,40%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Fed "misterioso" puxou mercado

Nesta semana, as atenções dos investidores se concentraram no discurso de hoje de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos). O mercado esperava que Powell indicasse quando a autoridade monetária pretende começar a reduzir os estímulos à economia americana — o que não aconteceu.

O executivo sinalizou apenas que o Fed permanecerá cauteloso sobre uma eventual decisão de elevar os juros — hoje próximos a zero —, à medida que tenta trazer a economia de volta ao pleno emprego. Ele também repetiu que quer evitar controlar a inflação alta, que classifica como "transitória", para não desencorajar a abertura de vagas de trabalho no processo.

O Fed ressaltou mais uma vez que o início do 'tapering' [redução gradual da compra de ativos financeiros para, assim, diminuir a injeção de recursos na economia] não quer dizer que estamos mais próximos de aumentos de juros, e isso faz com que o mercado, na minha opinião, tenha uma visão ainda mais tranquila quanto ao início da redução de estímulos, podendo ter reação menos volátil.
Mauro Morelli, da Davos Investimentos, à Reuters

A atual política monetária adotada pelo Fed é "ultrafrouxa", segundo explicou à Reuters Alexandre Espirito Santo, da Órama Investimentos. É como se estivesse jogando dinheiro de helicópteros. Isso está abastecendo o mundo de liquidez, então o mercado está tentando antever pistas sobre quando o Fed vai apertar sua política."

(Com Reuters)