IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Dólar sobe 1,56% no 1º pregão do ano, a R$ 5,663; Bolsa recua

Yuriko Nakao/Reuters
Imagem: Yuriko Nakao/Reuters

Do UOL*, em São Paulo

03/01/2022 17h37

O dólar comercial subiu 1,56% hoje e terminou o primeiro pregão do ano cotado a R$ 5,663 na venda. Os investidores realizaram lucros após a moeda registrar fortes perdas na última sessão do ano passado, e reagiram à notícia da nova internação do presidente Jair Bolsonaro (PL) por uma obstrução intestinal. No exterior, o foco continua sobre a variante ômicron do coronavírus.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), caiu 0,86%, e fechou aos 103.921,59 pontos, menor patamar desde 1º de dezembro (100.774 pontos).

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Foco na ômicron

Alexandre Netto, chefe de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, disse à Reuters que essa alta é "um reflexo da forte desvalorização do dólar contra o real no pregão anterior", com "alguns agentes realizando lucro, outros tomando posição em um dólar mais baixo".

A moeda norte-americana fechou o dia 30 de dezembro em queda de 2,06%, a R$ 5,576, a perda diária mais acentuada desde 24 de agosto (-2,25%).

O foco internacional estava sobre a disseminação da variante ômicron do coronavírus, à medida que vários países do mundo registram números recordes de infecções pela covid-19.

As mortes pela doença, no entanto, não têm avançado na mesma proporção que os casos confirmados, o que traz alguma esperança de que a nova variante seja menos letal.

Presidente Jair Bolsonaro e conjuntura nacional

No Brasil, investidores monitoravam novidades sobre o estado de saúde do presidente, que está internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, desde a madrugada. Segundo boletim médico, Bolsonaro passará por exames e não tem previsão de alta.

Isso, segundo Netto, "gera ruídos no mercado".

A conjuntura fiscal brasileira —tema que deve voltar a dominar a atenção de investidores em 2022, dividindo os holofotes com a corrida eleitoral à Presidência— também estava no radar nesta segunda-feira.

Apesar da melhora em dados fiscais recentes, com o setor público consolidado brasileiro registrando superávit primário maior do que o esperado em novembro, "a maior fragilidade nesse fronte diz respeito às pressões por mais gastos permanentes, o que, em ano eleitoral, tende a ser intensificado", disse em nota matinal Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

Funcionários públicos de várias categorias decidiram no fim do ano passado promover dias de paralisação das atividades em janeiro e avaliar a realização de uma greve geral em protesto pela falta de uma política de reajuste salarial do governo do presidente Jair Bolsonaro.

Sua mobilização vem depois de a União já ter conseguido, por meio da PEC dos Precatórios, abrir espaço fiscal para mais gastos com ajuda financeira à população. O novo programa de transferência de renda do governo, o Auxílio Brasil, foi fixado em 400 reais por família.

No acumulado de 2021, o dólar subiu 7,46%, no quinto ano consecutivo de valorização.

*Com Reuters