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Dólar opera em alta de mais de 2,5%, no patamar dos R$ 5,20; Bolsa cai

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do UOL*, em São Paulo

23/09/2022 09h32Atualizada em 23/09/2022 15h25

O dólar comercial operava em forte alta naa tarde de hoje. Por volta das 15h30 (horário de Brasília), a moeda subia 2,58%, cotada a R$ 5,247.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores (B3) registrava 111.293,82 pontos, uma queda de 2,43% em relação ao dia anterior.

O movimento é influenciado principalmente pela perspectiva de juros crescentes nas principais economias, o que alimenta temores de uma recessão.

A alta do dólar era generalizada nesta sexta-feira, com praticamente todas as moedas relevantes do mundo perdendo terreno frente à divisa norte-americana. O real estava entre as unidades com pior desempenho no dia, ao lado de pares como peso chileno e rand sul-africano.

Na véspera, o dólar fechou em queda de 1,14%, cotado a R$ 5,114, ainda reagindo à decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, interrompendo um agressivo ciclo de aperto monetário.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Aversão a risco

O clima nos mercados internacionais tem se mostrado azedo durante toda a semana, depois que vários bancos centrais importantes entregaram mais aumentos de juros para combater a inflação, mas piorou ainda mais nesta sexta após dados de PMI da Europa fornecerem novas evidências de que os países da região podem estar entrando em recessão.

"Mercados globais refletem temor de recessão e operam em baixa... em uma semana que a aversão ao risco foi intensificada após alta de juros nos Estados Unidos e resultados mais fracos de atividade no mundo", disse o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco em relatório.

Na quarta-feira, o Federal Reserve, autoridade monetária dos EUA, elevou sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual pela terceira vez consecutiva, e indicou mais aumentos por vir à medida que tenta controlar uma inflação mais persistente do que o inicialmente previsto pelas autoridades.

Outros bancos centrais, como o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra, também têm se mostrado resolutos em apertar as condições financeiras e frear gastos, mesmo que isso custe uma desaceleração da economia, o que tem aumentado a demanda por ativos considerados apostas seguras em tempos de turbulência.

Dólar caminha para queda semanal

Apesar do salto deste pregão, o dólar ainda estava a caminho de fechar em queda de mais de 1% frente ao encerramento da última sexta-feira, depois que recuou significativamente em três das quatro sessões completas desta semana.

"Até então ficamos imunes ao mau humor. Os três mercados aqui (de câmbio, ações e juros) atingiram novos patamares de bom humor ontem, na contramão de tudo e de todos", comentou em publicação no Twitter Sergio Machado, sócio e gestor da Trópico.

"Que há algum motivo para tal é fato, pois atingimos níveis estratosféricos de juros, bem como atividade, e inflação tem surpreendido para o bem", disse ele, embora tenha ponderado que o mercado local não é uma "ilha" em comparação com o resto do mundo.

*Com Reuters