Euro mais barato que o dólar: vale a pena comprar para viajar?
Desde 22 de agosto, quando o euro perdeu valor e ficou abaixo do dólar pela primeira vez em 20 anos, o câmbio para os brasileiros tem favorecido o euro, que ficou mais barato.
Com isso, para quem vai viajar, surge a dúvida: é melhor ir para a Europa ou os Estados Unidos?
Cotação menor do euro em relação ao dólar: Ontem, 24, o dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,30, ao passo que o euro fechou em R$ 5,25. Segundo dados do hub financeiro independente TradeMap, entre 22 de agosto e 17 de outubro, a média do dólar foi de R$ 5,20, e a do euro, R$ 5,15. No período, a cotação mínima das duas moedas ficou em R$ 5,04.
Esse cenário é bastante incomum. O normal é o euro custar mais que o dólar.
Como isso afeta o bolso dos brasileiros? Ficou mais barato viajar para a Europa do que para os Estados Unidos? Quem vai para o Velho Continente a turismo deve aproveitar para comprar a moeda? Veja o que dizem os analistas consultados pelo UOL.
Está mais acessível viajar para a Europa? O CEO da Box Asset Management, Fabrício Gonçalves, afirma que a escolha de visitar a Europa ou Estados Unidos é muito particular, pois os custos com alimentação e hospedagem são semelhantes.
No site Decolar.com, uma viagem de ida e volta para Paris, saindo de São Paulo, entre os dias 15 e 20 de novembro, sai por R$ 7.098. Por outro lado, uma viagem nos mesmos dias para Nova York custa bem menos, cerca de R$ 5.300.
Inflação é pior nos EUA ou na Europa? Nos países da zona do euro, a inflação acumula 9,9% nos 12 meses encerrados em setembro. Nos EUA, o índice chega a 8,2%. Assim, apesar da queda do euro em real, os valores de consumo na moeda europeia subiram um pouco mais.
É melhor comprar a moeda aos poucos: A chefe de economia da Rico, Rachel de Sá, diz que a taxa de câmbio é uma variável macroeconômica, ou seja, ela reflete os movimentos da economia, como a compra e venda de bens e serviços de um país para o outro, por exemplo.
O câmbio também é visto como um ativo financeiro que reflete o nível de risco e os movimentos dos mercados.
Por isso, ela explica que é muito difícil prever os movimentos tanto do euro, como também do dólar. E indica que, se a pessoa tem alguns meses antes de viajar, o melhor é ir comprando a moeda de forma gradual.
Se o consumidor pretende ir para a Europa daqui a seis meses, ele pode comprar um sexto do valor por mês, para conseguir um preço médio da moeda naquele período. Em alguns momentos, a cotação pode subir ou descer. Espalhando a compra em diferentes datas, consegue-se um preço médio entre essas altas e baixas.
Se achar melhor, também pode fazer essas compras de moeda semanalmente.
Qual a diferença entre o euro comercial e o turismo? Fabrício Gonçalves diz que o euro comercial é utilizado em grandes transações comerciais, como a compra e venda de mercadorias e serviços entre empresas da zona do euro e companhias brasileiras.
O euro turismo é voltado para quem vai visitar o Velho Continente a passeio. Seu custo é baseado no euro comercial com o acréscimo do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) cobrado pelo governo brasileiro, além de custos logísticos e operacionais para fazer a moeda chegar até o seu destino.
Existe vantagem na compra do papel-moeda? Sim. Para quem vai comprar o papel-moeda, a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações financeiras) é de 1,1%. O IOF cobrado dos cartões de débito e crédito é bem maior: 6,38%.
Um outro ponto é que as notas são aceitas mesmo no pequeno comércio das cidades menores, o que pode não ocorrer com o cartão.
Devo abandonar meu cartão de crédito? Isso não significa que o cartão de crédito deva ser descartado. O cartão pode ser usado em casos emergenciais.
Além disso, a utilização dos cartões é importante para evitar o risco de furto ou perda do dinheiro. A pessoa pode, ainda, fazer a transferência em real para os cartões pré-pagos de viagem ou contas internacionais e fazer o saque nos caixas eletrônicos na moeda original daquele país. O IOF é o mesmo do cobrado no cartão de crédito.
Euro vai subir ou cair mais? De acordo com Rachel de Sá, da Rico, a previsão é que o euro continue em queda nos próximos meses.
Fabrício Gonçalves diz que, com a crise energética na Europa, é possível que a moeda europeia chegue a R$ 5,20 no final deste ano. Em uma situação de piora do cenário, o euro pode chegar a R$ 5,10 no início de 2023.
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