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Dólar tomba 2,16%, e Bolsa sobe 1,23% após tom conciliador de Lula

19.out.2021 - Dia de pregão na B3, a Bolsa de Valores brasileira; Ibovespa, dólar, mercado - Amanda Perobelli/Reuters
19.out.2021 - Dia de pregão na B3, a Bolsa de Valores brasileira; Ibovespa, dólar, mercado
Imagem: Amanda Perobelli/Reuters

Do UOL, em São Paulo

06/01/2023 17h24

O dólar comercial fechou hoje cotado a R$ 5,236. A moeda americana apresentou forte queda de 2,16%, após novos acenos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos mercados financeiros e a divulgação de dados de emprego dos EUA em linha com o esperado.

É o menor valor do ano e abaixo do valor de fechamento do ano passado, de R$ 5,279. Na primeira semana do ano, e a primeira do novo governo Lula, o dólar registrou queda de 0,83%.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), que reúne as empresas mais negociadas, encerrou com alta de 1,23%, aos 108.963,70 pontos. Na semana, houve queda de 0,70%.

Lula muda o tom. O presidente disse em sua primeira reunião ministerial que o compromisso de seu governo é unificar o país, e não de acabar com as divergências, ao mesmo tempo que disse que sua terceira gestão na Presidência é formada por pessoas que pensam diferente.

Além disso, o presidente deixou claro a seus ministros que a relação com o Congresso é primordial para o governo dar certo.

Seu tom aparentemente mais conciliador veio depois que vários de seus ministros apaziguaram os mercados com sinalizações de que o governo não alterará reformas estruturais e outras medidas de gestões anteriores.

No cenário internacional. A criação de vagas fora do setor agrícola nos EUA totalizou 223 mil no mês passado, segundo informou o Departamento do Trabalho americano. Os dados —que estão em linha com o esperado pelos mercados— ajudaram a enfraquecer a moeda americana.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Por que a Bolsa variou tanto nesta semana? Apesar da alta de hoje, a Bolsa fechou a semana em queda. Entre as explicações, está o fato de que a Bolsa está barata. Qualquer variação atinge mais em cheio o preço das ações.

Além disso, segundo Rodrigo Moliterno, chefe de renda variável da Veedha Investimentos, não há nenhum fator concreto que segure o índice em alta ou em baixa por muito tempo.

Segundo Matheus Spiess, analista da Empiricus, há uma enxurrada de notícias no campo político. O novo ministro da Previdência, Carlos Lupi, falou em rever a reforma da Previdência. A declaração foi desmentida pelos ministros Geraldo Alckmin e Simone Tebet, ao tomar posse das pastas do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Planejamento, receptivamente. Com tanta informação, sempre há um sobe e desce das cotações, afirma Spiess.

A indefinição, segundo Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, atinge não só o Brasil como também a maior parte das bolsas de valores do mundo desde o início do período pós-pandemia.

E quando todo esse sobe e desce deve se firmar numa direção?

Os primeiros 100 dias do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva ainda vão ser assim, segundo os analistas.

Espera-se que, depois dos três primeiros meses de governo, o mercado já tenha uma visão mais concreta de qual será a linha dessa administração e se os gastos do governo ou impostos devem aumentar ou não.

Para Spiess, os juros internacionais também têm um papel importante. Os grandes fundos de investimento globais estão tirando dinheiro da Bolsa brasileira, onde investiam em companhias em crescimento. "Eles só voltarão quando os juros caírem e essas empresas voltarem a se desenvolver", afirma.

Para ele, sair da Bolsa agora não é aconselhável. Há ações baratas que podem representar oportunidades, mas é necessário diversificar os investimentos.

(Com Reuters)