Dólar fecha em queda pelo 3º dia seguido, cotado a R$ 4,926; Bolsa cai
O dólar comercial encerrou o dia em baixa de 0,314%, cotado a R$ 4,926. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), também fechou em queda, de 0,4%, aos 106.457,85 pontos.
O que aconteceu
O real tem sido impulsionado por um forte ingresso de fluxos comerciais no Brasil, disse Hideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretora, à Reuters. Ele citou otimismo em relação às safras de commodities, como a soja.
Na mínima do dia, a moeda chegou a atingir R$ 4,90, menor nível intradiário desde junho do ano passado. Ontem, a moeda americana já havia ficado abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde junho de 2022. Para o operador, porém, há limites para o quanto o dólar pode cair no curto prazo, depois do movimento acentuado dos últimos dois pregões.
O mercado "deu uma acalmada", segundo Iha. E agora fica em "compasso de espera positivo" enquanto aguarda o envio do novo arcabouço fiscal do governo ao Congresso e monitora possíveis alterações na proposta durante sua tramitação.
Cenário externo é positivo
Dólar perdeu peso em relação a moedas de emergentes. A moeda norte-americana recuou durante todo o dia, acompanhando o exterior, onde o dólar também cedia ante divisas como o peso mexicano, o peso chileno e o dólar canadense, após a divulgação de dados fracos de inflação nos Estados Unidos e de números fortes de exportação na China.
Os dados fracos nos EUA penalizaram a moeda norte-americana. Reforçaram a avaliação de que o Federal Reserve está próximo de encerrar seu ciclo de alta de juros.
Inflação nos EUA caiu, e desemprego aumentou. Pela manhã, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços ao produtor para demanda final caiu 0,5% no mês passado. Por outro lado, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram acima do esperado pelos economistas.
Dólar pode se manter baixo. "Acreditamos que ele deve começar a trabalhar na faixa entre R$ 4,90 e R$ 5,10 (saindo da faixa antiga entre R$ 5,10 e R$ 5,30), caso não tenha nenhuma notícia que possa inverter o fluxo", diz André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
Bolsa caiu
Já a Bolsa caiu porque os investidores venderam ações para ter lucros. Depois de momentos de alta, é comum que os investidores vendam as ações e embolsem os ganhos, fazendo a Bolsa cair.
O preço minério de ferro caiu hoje. Isso acaba impactando ações do setor, principalmente Vale, que tem a maior participação no índice, e está caindo hoje, puxando o Ibovespa para baixo, diz Fernandes.
Entre os destaques de alta, está a MRV. Ela divulgou um bom crescimento nas suas vendas.
Outras ações no positivo são a YDUQS e Cogna, de educação. Elas refletem positivamente a medida do MEC de reabrir novas vagas para os cursos de medicina, diz Fernandes.
Frigoríficos estão em queda. O Bank of America reduziu seu preço alvo para as ações de Marfrig e BRF, Br Foods, por acreditar em resultados mais fracos em 2023 por conta da suspensão de exportações para a China, que já voltou ao normal agora.
(Com Reuters)
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