O dólar comercial fechou em alta de 0,82%, cotado a R$ 4,975, nesta terça-feira (5).
Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou a sessão em queda de 0,38%, aos 117.331,30 pontos.
Cenário interno e externo
O dólar subiu frente ao real em linha com o avanço da divisa norte-americana após dados decepcionantes de China e Europa. Esses dados reacenderam o medo de uma desaceleração econômica global. "A China é um comprador gigantesco de mercadorias, assim como vendedor. Problemas no país acabam afetando o mercado como um todo", declarou Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, à Reuters. "Hoje vemos uma preocupação que traz aversão ao risco."
Os rendimentos do Tesouro americano subiam. Dados da economia dos EUA mostraram resiliência. Além disso, o diretor do Fed Christopher Waller disse que isso sugere que o banco central não precisa baixar os juros tão cedo.
Bolsas nos EUA fecharam em queda. Os três principais índices de Wall Street fecharam em baixa nesta terça-feira, com o Dow Jones na liderança das quedas, pressionados pela alta dos rendimentos dos Treasuries e dos preços do petróleo.
O Ibovespa recuou afetado por um ambiente desfavorável a ativos de risco no exterior. A atividade econômica na China está mais fraca que o esperado. Além disso, os títulos do Tesouro norte-americano estão em alta, o que prejudica Bolsas no mundo todo - inclusive no Brasil.
Gastos do governo também pioram percepção. Para Avallone, os receios de que o governo Lula não seja capaz de entregar um resultado primário zerado em 2024, como indicado no Orçamento enviado ao Congresso, seguem dando certa sustentação ao dólar ante o real.
Além disso, no Brasil a indústria encolheu mais do que o esperado. Dados divulgados pelo IBGE mostraram que a produção industrial do país teve queda de 0,6% em julho na comparação com o mês anterior. Na comparação ano a ano, contraiu 1,1%. As expectativas em pesquisa da Reuters apontavam quedas de 0,3% e de 0,5%, respectivamente.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Com Reuters
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