Dólar cai a R$ 4,948 antes de dados de emprego dos EUA; Bolsa também recua

O dólar caiu 0,15% e fechou o dia vendido a R$ 4,948, chegando à segunda sessão seguida de baixa. No mês passado, a moeda americana acumulou ganhos de 0,71% frente ao real.

O Ibovespa também registrou queda, esta de 0,65%, e terminou o pregão aos 128.340,54 pontos. Em fevereiro, o principal índice da B3 saltou 0,99%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Dólar operou próximo à estabilidade no Brasil e no exterior. Nos mercados doméstico e internacional, o índice que compara o dólar a uma cesta de pares fortes também variou pouco na sessão. Segundo agentes financeiros, as oscilações tímidas das moedas refletem um "modo de espera" dos investidores antes de eventos e dados econômicos desta semana.

Mercado aguarda por falas do presidente do BC americano. Jerome Powell, do Fed, vai falar a parlamentares na quarta (6) e na quinta (7), após a recente moderação nas apostas sobre cortes de juros. No mês passado, dados dos índices de preços ao consumidor e ao produtor surpreenderam para cima, embora a inflação medida pelo PCE — indicador preferido do Fed — tenha ficado dentro do esperado.

Semana ainda trará novos dados de emprego nos EUA. A expectativa é de que o relatório de criação de vagas fora do setor agrícola (payroll), que sai na sexta (8), mostre a abertura de 200 mil empregos em fevereiro. Somados aos números da inflação, esses dados parecem "excluir" a possibilidade de cortes na taxa de juros nos próximos meses, disse à Reuters Eduardo Moutinho, analista do Ebury Bank.

Acredito que o mercado aguarda, além da fala de [Jerome] Powell, os dados do mercado de trabalho americano, que refletem o nível de atividade nos EUA e a consequente necessidade de manter os juros nos patamares atuais ou a possibilidade de queda. Isso incentivaria a migração de capital da renda fixa para a renda variável, puxando as Bolsas mundiais para cima.
Felipe Castro, sócio da Matriz Capital

(*Com Reuters)

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