Bolsa cai pelo 3º dia, puxada por Vale; dólar fica estável em R$ 4,978

O Ibovespa emendou sua terceira queda seguida, esta de 0,75%, e chegou aos 126.123,56 pontos. No mês, o principal índice da B3 registra baixa de 2,24%.

Já o dólar fechou o dia praticamente estável, com leve queda de 0,06%, vendido a R$ 4,978. A moeda americana ainda acumula ganhos de 0,12% frente ao real em março.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Minério de ferro e sucessão tumultuada impactaram a Vale. A queda nos preços da commodity no exterior contribuiu para a baixa de 3,11% nas ações da Vale. Além disso, a empresa decidiu estender o contrato do atual presidente, Eduardo Bartolomeo, até 31 de dezembro. Desde o início do ano, a mineradora já perdeu R$ 48 bilhões em valor de mercado.

Além da Vale, ações de siderúrgicas foram afetadas. Usiminas e CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) também sentiram a queda nos preços do minério de ferro e fecharam o pregão em queda de 4,7% e 2,86%, respectivamente.

Após tombo de 10%, papéis da Petrobras têm nova queda. Investidores ainda avaliam os riscos envolvendo a estatal após a decisão de não distribuir quase R$ 44 bilhões em dividendos extraordinários aos acionistas. As ações da Petrobras terminaram o dia em queda de 1,22% (preferenciais) e 1,97% (ordinárias).

Mercado agora espera por dados de inflação dos EUA. A expectativa é de que o índice de preços ao consumidor, que sai amanhã (12), indique alta de 0,4% em fevereiro. Os dados podem ajudar a calibrar as apostas sobre o início do afrouxamento monetário pelo Fed (Federal Reserve), o Banco Central americano, que se reúne na semana que vem para definir os juros.

A Bolsa cai em meio a um cenário de incertezas que parece tomar conta de parte do mercado, principalmente com possíveis intervenções do governo em empresas como a Vale e a Petrobras. (...) O dólar segue um padrão de indecisão, com Europa e EUA sem uma posição mais clara sobre os cortes nas taxas de juros.
Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital

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