Conteúdo publicado há 27 dias

Dólar sobe a R$ 5,059, maior valor em mais de 5 meses; Bolsa cai

O dólar subiu 0,87% e terminou o dia vendido a R$ 5,059, o maior valor desde 13 de outubro, quando a moeda americana fechou a R$ 5,089. Em março, o dólar acumulou alta de 0,86% frente ao real.

Já o Ibovespa caiu 0,87% e chegou aos 126.990,45 pontos, depois de recuar 0,71% no mês passado.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Mercado repercutiu dados fortes da indústria americana. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) EUA caiu de 52,2 para 51,9 em março, segundo pesquisa final divulgada hoje pela S&P Global. O resultado contrariou a previsão de analistas consultados pela FactSet, de alta a 52,5. Apesar da queda, a leitura acima de 50 indica que o setor segue em expansão, ainda que em ritmo mais fraco.

Números afetaram apostas para o corte de juros nos EUA. Além do PMI, os últimos dados de inflação reduziram a convicção dos investidores de que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) começará a baixar os juros em junho. Segundo a plataforma do CME Group, a chance de os juros permanecerem na faixa atual — 5,25% a 5,5% — subiu de 39,6% para 46,4% desde a última quinta-feira (28).

Juros estáveis nos EUA costumam beneficiar o dólar. Isso acontece porque, com os juros em patamar ainda elevado, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa americano, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed vai começar a reduzir os juros em breve tendem a impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.

Em paralelo, dados da China surpreenderam positivamente. O PMI chinês subiu para 51,1 em março, superando as expectativas do mercado. Somado aos recentes dados de exportação e vendas no varejo, o resultado sugere um início de ano firme para a segunda maior economia do mundo. Na semana passada, o Citi elevou sua previsão para o crescimento da China em 2024 de 4,6% para 5%.

Tivemos um indicador muito importante da indústria dos EUA, o PMI, que veio bem acima do esperado (...). O mercado começou a ficar receoso de que os juros não caiam a partir de junho. Fato é que juros estáveis lá fora fazem com que a nossa Bolsa, no curto prazo, não suba, o que é muito negativo.
Rodrigo Cohen, cofundador da Escola de Investimentos

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