Embraer quebra recorde atrás de recorde: vale investir?
Este é o ano da fabricante de aviões Embraer (EMBR3) na Bolsa. A ação teve a maior alta do Ibovespa e subiu mais de 50%, o valor de mercado bateu recorde e seu balanço financeiro foi o melhor resultado em cinco anos. A fabricante de aviões saiu do índice Small Cap, de empresa menores e em crescimento da Bolsa de Valores de São Paulo, em janeiro. Além disso, dois grandes bancos internacionais estão recomendando a compra da ação, que pode chegar ao final do ano com valorização de até 51%.
Por que a Embraer está em uma fase tão boa
Ela está vendendo muito. Durante a pandemia, a aviação comercial sofreu muito. Mas agora, com a recuperação, as companhias estão voando bastante e comprando aeronaves. A guerra na Ucrânia também ajudou. Apesar da tragédia, a Embraer também vende mais aviões militares por conta do conflito.
Com isso, o volume de entregas no ano passado cresceu. Subiu 13% em relação a 2022. No ano passado, a Embraer entregou 181 aviões, sendo 64 aeronaves comerciais, 115 jatos executivos (74 leves e 41 médios) e dois C-390, jato militar multimissão. Assim, o lucro chegou a US$ 164 milhões, o maior desde 2019.
O que pode acontecer com a ação agora
A ação acompanhou o bom desempenho. Até 27 de março, o papel já havia avançado 53% no ano. É a ação que mais subiu no primeiro trimestre do ano.
O valor de mercado da empresa bateu recorde de R$ 24,7 bilhões no dia 22 de março. Nesse dia, J.P Morgan e Goldman Sachs publicaram relatórios sobre a empresa. "A Embraer tem posição dominante no mercado de jatos regionais, uma posição forte no mercado de jatos executivos e seu crescimento no setor de defesa está acelerando novamente", publicou o Goldman Sachs. O baco disse ainda que o mercado de jatos está se recuperando e substituindo aviões, o que aumente a demanda da Embraer.
O banco americano prevê uma valorização de 45% para a ação americana da empresa. Na Bolsa de Nova York, as ADRs (American Depositary Receipts) devem passar de US$ 24,73 para US$ 35, o que em 12 meses representa valorização de 41,5%.
Já o J.P. Morgan acredita que a ação está ainda barata. O banco cita que, além das vendas, a conclusão do processo de arbitragem entre a brasileira e a Boeing deve terminar no segundo semestre, o que pode gerar uma entrada de caixa para a empresa. A Embraer acusa na Justiça a Boeing de ameaçar a soberania nacional por contratar engenheiros altamente qualificados do setor aeroespacial e de defesa do Brasil.
O banco elevou o preço alvo para R$ 51. Isso representa uma alta de 51% sobre a cotação do dia 28. Na data, o papel estava sendo negociado a R$ 33,65.
Os juros também podem ajudar. É o que prevê Fernando Bresciani, analista de investimentos do AndBank. "Teremos no segundo semestre juros menores em boa parte das economias do mundo", diz. Isso, segundo ele, pode impulsionar ainda mais a aviação comercial e também ajuda as empresas a vender mais.
E qual é o risco
A empresa pode perder participação de mercado. É o que diz o J. P, Morgan. No início do ano, a Airbus lançou a aeronave A220, por exemplo, que concorre com as aeronaves menores da empresa. "A Embraer pode não manter sua participação no segmento de aeronaves com até 150 assentos ou poderá precisar reduzir suas margens para competir com a Airbus, levando a resultados abaixo do esperado", diz o banco.
Deixe seu comentário