Dólar cai a R$ 5,031 com possível nova meta fiscal e minério; Bolsa sobe

O dólar caiu 0,67% e fechou o dia vendido a R$ 5,031, perdendo parte da alta registrada na semana passada. A moeda americana ainda acumula ganhos de 3,67% frente ao real no ano.

Já o Ibovespa subiu 1,63% e chegou aos 128.857,16 pontos, depois de recuar mais de 1% na semana anterior. Em 2024, o principal índice da B3 registra baixa de 3,97%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Mercado repercutiu possível redução na meta fiscal de 2025. O governo estuda baixar a meta fiscal de um superávit primário de 0,5% do PIB para um patamar entre 0% e 0,25%, segundo mostrou uma reportagem da Folha de S.Paulo. A definição deve ser feita até a próxima segunda (15), quando termina o prazo para envio do PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2025 ao Congresso.

Alta do minério de ferro ajudou a impulsionar o real e o Ibovespa. A moeda brasileira é muito sensível às oscilações desta commodity, considerada peça-chave na pauta de exportação nacional. O resultado, que também beneficiou as ações de Usiminas (+5,85%), Vale (+5,46%) e CSN (+4,71%), foi puxado pela esperança de possíveis medidas para reforçar o fraco setor siderúrgico na China.

Investidores agora esperam por inflação no Brasil e nos EUA. O IPCA brasileiro e o CPI americano, que saem na quarta (10), ajudarão o mercado a balizar suas expectativas para os juros, principalmente nos EUA. Hoje, as chances de um primeiro corte de 0,25 ponto percentual pelo Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) em junho estão em 46%, de acordo com dados do CME Group.

Juros mais baixos nos EUA tendem a beneficiar o real. Isso acontece porque, com juros elevados, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa dos EUA, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed vai começar a reduzir os juros em breve tendem a impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.

Esse ajuste da meta [fiscal de 2025] pode acabar sendo um bom contraponto, mostrando ao mercado que o resultado do governo vai melhorar. Uma meta menor deve ficar mais próxima das expectativas atuais do mercado, que esperam um déficit. Seria melhor ver o governo perseguir a meta de 0,5%, mas faz mais sentido acreditar em um número menor.
Eduardo Moutinho, analista do Ebury Bank, à Reuters

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Nesta semana, o mercado fica atento aos dados de inflação no Brasil e nos EUA. Após um payroll acima do esperado e ainda mostrando um aquecimento da economia americana, as apostas estão mais divididas sobre quando teremos uma queda de juros nos EUA - e o CPI é um dado que pode trazer indicativos.
Fabio Louzada, fundador da Eu me banco, ao UOL

(Com Reuters)

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