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Donos de microfranquias acham sua marca pouco conhecida, aponta estudo

Larissa Coldibeli

Do UOL, em São Paulo

06/06/2014 06h00

Um estudo feito com 1.090 franquias, das quais 174 (11,3%) são microfranquias, mostra que os microfranqueados consideram sua marca mais fraca e menos conhecida pelos consumidores que a de redes convencionais.

O trabalho foi desenvolvido por Pedro de Resende Melo, Felipe Mendes Borini e Julio Araujo da Cunha, doutores em administração pela USP (Universidade de São Paulo), com dados da ABF (Associação Brasileira de Franchising) e do Guia de Franquias.

Segundo o estudo, a força da marca em uma franquia leva em consideração o pacote de benefícios oferecido pela franqueadora, como o suporte operacional, além da percepção do consumidor final.

“As microfranquias recolhem taxas mais baixas do franqueado e ficam sem dinheiro para fazer a gestão adequada da rede”, diz Pedro de Resende Melo. Dessa forma, é esperado que franquias convencionais tenham mais estrutura e recursos para trabalhar uma marca e oferecer mais valor aos consumidores, segundo Melo.  

Mortalidade entre microfranquias é maior que entre convencionais

A fragilidade percebida pelos empresários que investem em redes de baixo investimento inicial --até R$ 80 mil-- aliada ao perfil dos investidores, que muitas vezes não têm experiência com negócios, leva a uma taxa mais alta de fracasso.

Dados de 2013 do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) apontam que 15% das microfranquias fecham após o segundo ano de operação. Nas franquias convencionais, o número cai para 5%.

O diretor de microfranquias da ABF, Edson Ramuth, discorda dessa percepção e diz que o valor da marca não tem a ver com o investimento inicial. "Existem microfranquias muito conhecidas, como o Kumon, que já foi a maior rede do país. E também há franquias convencionais de marcas desconhecidas", diz.

“Assim como qualquer outra, elas precisam seguir a Lei de Franquias. Não é porque o capital necessário é menor que elas não trabalham direito.”

Perfil do candidato influencia sucesso da microfranquia

Melo, um dos autores do estudo, afirma que o sucesso ou não das microfranquias está muito relacionado ao perfil do franqueado. “A grande maioria dos investidores são pessoas que tiveram pouco ou nenhum contato com o mundo dos negócios e têm menos conhecimento sobre o assunto”, declara.

Para Ramuth, o percentual de fechamento é mais alto entre os pequenos porque as barreiras de saída são menores para o franqueado.

“Às vezes, o microfranqueado encontra um bom emprego e desiste da franquia. Ou, então, por não ter experiência em negócios, ele desiste na primeira oportunidade. Já quem faz um investimento maior pensa muito mais antes de sair do negócio.”