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Resultados indicam se é hora de mudar a estratégia do negócio; veja dicas

Larissa Coldibeli

Do UOL, em São Paulo

11/06/2014 06h00

Quando a empresa não atinge os resultados esperados ou previstos no plano de negócios, pode ser a hora de mudar a estratégia. Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, é importante acompanhar estatísticas do setor, o fluxo de caixa da empresa e ouvir o cliente para identificar eventuais problemas e corrigi-los. 

Paulo Vicente Alves, professor de estratégia da escola de negócios Fundação Dom Cabral, diz que o principal indicativo de que é hora de mudar a estratégia da empresa é quando o negócio não gera os resultados previstos no plano de negócios.

“É necessário avaliar o fluxo de caixa, se está havendo geração de receita e lucro, e se há crescimento da demanda. Em geral, o período de seis  meses a um ano é suficiente para saber se é preciso mudar”, afirma.

Ele diz que a percepção do empresário também é importante para saber se é hora de mudar as ações planejadas. “Em alguns casos, o negócio está dando lucro, mas poderia melhorar. Por isso, é importante estar próximo do consumidor e saber o que ele acha do seu produto ou serviço.”

Foi dando ouvidos aos clientes que o empresário Edson Mazeto, 40, conseguiu fazer sua empresa de sucos de frutas exóticas dar certo. Em 2003, Mazeto gerenciava uma cooperativa americana que vendia suco de cranberry (oxicoco, em português) no Brasil, mas a empresa não conseguia lucrar.

Em 2007, o empresário decidiu adquirir a empresa e fazer as mudanças necessárias: alterou o sabor do suco para agradar os brasileiros, passou a vender não só para grandes redes, mas também para pessoas físicas. Com as mudanças, ele saiu de uma receita sem lucros de R$ 500 mil para um faturamento de R$ 17 milhões, em 2013.

Para o consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa de São Paulo) Haroldo Eiji Matsumoto o empresário acertou ao mudar a estratégia de maneira planejada, levando em consideração as ameaças e as oportunidades do mercado e os pontos positivos e negativos do negócio.

Plano de negócios deve ser flexível e avaliações precisam ser constantes

Artur Lopes, autor do livro “Negócio Sem Crise” (Editora Évora), diz que, apesar de o plano de negócios ser um guia para a empresa, é importante ter flexibilidade e estar disposto a ajustá-lo de acordo com as necessidades do mercado.

“Às vezes, pequenos ajustes, como o preço e a comunicação com o público-alvo ajudam a colocar o negócio na linha. Em outros casos, é necessária uma mudança radical, geralmente quando não há resultado algum e não se tem nada a perder.”

Matsumoto afirma que o empresário deve fazer um raio-x do negócio para descobrir onde está erro e fazer mudanças aos poucos, avaliando seus resultados. As avaliações devem ser constantes, segundo ele.

"Uma boa dica é dividir a empresa por áreas e analisar cada uma detalhadamente. São elas: marketing, finanças, processos e pessoas. Estudar os concorrentes, fazer pesquisas de mercado com clientes e fornecedores também ajudam a identificar os problemas."