Escola da Cachaça quer ensinar a envelhecer a bebida e a fazer caipirinha
Você sabia que a cachaça pode ser envelhecida em barris de mais de 30 tipos de madeira? Para divulgar informações como essa, que pouca gente conhece sobre uma bebida tão brasileira, o empresário Leandro Dias, 34, está lançando o curso Escola da Cachaça.
O curso é totalmente online, com aulas em vídeo que ensinam desde a história da bebida, como é envelhecida, em que copos deve ser servida até o preparo da caipirinha perfeita e outros drinques. Tem duração de cinco semanas e custa R$ 287, que podem ser parcelados em até doze vezes.
Dias é fundador da Middas, uma cachaça com flocos de ouro comestível, voltada para a classe A. Com o curso, porém, ele busca atrair um público mais amplo.
“É para o consumidor final, para quem aprecia cachaça, mas só conhece as da prateleira do supermercado. Queremos mostrar que a cachaça de qualidade pode dar experiências de sabor muito superiores do que outros destilados, como o gin e o conhaque”, afirma.
Quer faturar R$ 1 mi e lançar outros cursos
A meta é faturar R$ 1 milhão, atendendo de 3.500 a 4.000 alunos no primeiro ano. “É uma meta ousada porque não há nada semelhante no mercado e o assunto desperta interesse”, declara.
Além do curso, Dias e seu sócio, o jornalista e sommelier de cachaças João Almeida, dono do blog especializado Brasil no Copo, planejam o lançamento de um livro sobre a bebida no próximo mês, com um guia das 100 melhores cachaças brasileiras. “Há muita produção local, de boas cachaças que ficam restritas a determinadas regiões”, diz.
Depois de formar uma leva de alunos com conhecimentos básicos sobre a bebida, ele pretende lançar cursos mais avançados, sobre como fazer cachaça em casa e especialista em drinques, por exemplo. “Minha inspiração vem do conceito de ‘home distilling’ [destilação caseira], muito difundido em outros países, como nos EUA, desde a época da Lei Seca na década de 1920.”
Interesse é crescente e produto é democrático
A consultora do Sebrae-SP em Presidente Prudente Kate Cidrão diz que a cachaça é símbolo nacional e ocupa hoje lugar de destaque nas prateleiras e adegas de bares e restaurantes mais badalados do mundo, abrindo muitas oportunidades de negócio em diferentes nichos, como aposta o empresário da Middas e da Escola da Cachaça.
“Da preferência popular aos paladares mais refinados, o interesse pela cachaça não para de aumentar, sobretudo a cachaça de alambique, fazendo surgir locais especializados na venda da bebida. São Paulo, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Paraíba são os Estados que mais se destacam na produção, exportando também para vários países.”
Ela diz que o maior consumo ainda é nas classes C e D, de aguardentes de cana-de-açúcar produzidas por grandes empresas, com embalagens e preços mais populares. Nas classes A e B, a tendência é por produtos artesanais, com preços mais elevados, maior qualidade e embalagens sofisticadas.
Onde encontrar:
Escola da Cachaça: www.escoladacachaca.com.br
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