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Salto diferentão faz empresa faturar R$ 400 mil e vender sapato para África

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/05/2017 04h00

Aos 26 anos, a designer de moda Camila Alves faturou R$ 400 mil em 2016 com sua marca de calçados com saltos exclusivos, a Milaa. O lucro não foi divulgado. As formas dos saltos que são o diferencial da empresa e, por isso, são patenteados, segundo a empresária. Isso garantiu até a entrada no mercado externo: 30% do faturamento são de vendas para a África do Sul.

A empresa foi fundada em 2014, com investimento inicial de R$ 50 mil. A sede fica em Campo Bom (RS), e a produção, que é terceirizada, fica na cidade vizinha de Novo Hamburgo. As vendas estão crescendo gradativamente, segundo Alves, e estão na média de 200 pares por mês. A expectativa é aumentar o faturamento em até 45% em 2017. Os calçados custam de R$ 199 a R$ 699.

“Sou fã de saltos e resolvi diferenciar meus sapatos por eles porque o mercado brasileiro de calçados está saturado. Todos têm o mesmo estilo, os mesmos modelos, seguem as mesmas tendências.”

Atualmente, ela e o marido e sócio Wellington Almeida moram na Argentina, onde também tentam vender seus produtos. O casal também tem planos de vender para outros países da América do Sul e Europa.

Inspiração para produtos vem da arquitetura

A designer diz que a maior inspiração para suas criações vem da arquitetura. Desde o lançamento da empresa em 2014, já foram feitos mais de 170 modelos em seis coleções diferentes.

"Arquitetura é um tema de que eu gosto muito. Já tivemos coleções inspiradas em obras do Oscar Niemeyer, no castelo francês de Villandry. Mas as inspirações são diversas. A próxima coleção, do verão 2018, será sobre Carmen Miranda”, afirma.

O casal também pretende abrir lojas próprias. Alguns pontos já estão sendo estudados. Por enquanto, as vendas são feitas pela loja virtual.

Design fica restrito a um nicho

A diferenciação pelo design é uma forma de ganhar mercado sem competir com as grandes empresas que já estão estabelecidas, têm escala e conseguem produzir a preços mais baixos, segundo Alberto Ajzental, professor de estratégia de negócios da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Ele diz, porém, que o design diferenciado faz com que o produto fique restrito a um nicho. “Assim, ela permanecerá como pequena produtora, pois terá limite de produção e de canal de vendas.”

Por outro lado, é o que favorece a entrada no mercado externo. “Ao apostar num produto de design, ela se diferencia de commodities e não briga por preço. Mas terá que investir sempre em novidades para se consolidar como uma marca de criações diferenciadas. Outra opção é ela vender os direitos das suas criações para grandes produtores e ganhar royalties.”

Onde encontrar:

MIlaa: www.milaa.com.br