Hamburgueria vende chope mais barato que água e sanduíche gourmet em conta
Para atrair clientes, uma hamburgueria da Vila Madalena abriu as portas oferecendo “chope mais barato que água”. Na happy hour da Jamp Burger, das 17h às 21h, o copo de chope de 330 ml da cervejaria Ecobier sai por R$ 3,25, enquanto a água mais barata do cardápio (garrafinha de 500 ml) custa R$ 4,80. Fora do happy hour, o cliente paga R$ 5,90 pelo chope.
“Eu já abri o restaurante com essa promoção e pretendo mantê-la enquanto durar a parceria com a Ecobier”, conta o empresário e chef responsável Primo Pedro, 29.
Segundo ele, a maioria dos clientes (cerca de 70%) aproveita a promoção da cerveja e consome menos água, e isso reflete nos pedidos aos fornecedores. O estabelecimento recebe, por semana, cerca de 20 barris de chope, com 50 litros cada, contra aproximadamente 60 garrafas de água.
Hambúrguer ‘gourmet acessível’ a preço mais justo
Quando decidiu investir no mercado de hamburguerias, Primo procurou se posicionar em um nicho incomum: o meio-termo ou middle market. Segundo ele, ou encontravam-se hambúrgueres a R$ 5 (vendidos informalmente na rua) ou a partir de R$ 30 (em restaurantes). E ele quis quebrar esse padrão.
“A ideia é oferecer um produto de qualidade a um preço justo. Hoje há poucos concorrentes nessa faixa de preço por causa da gourmetização. O termo se banalizou. Muitos estabelecimentos dizem que vendem produtos gourmet, mas não é verdade. Eu uso matéria-prima gourmet para fazer os hambúrgueres, mas prefiro classificá-los como roots ou um gourmet acessível”, afirma Pedro.
Confira o preço dos hambúrgueres:
- O mais barato: o Little Egg (de carne, queijo e ovo) a R$ 12
- O carro-chefe: o Daddy Rock'n'Roll a R$ 24,90
- O mais caro: o Sister Maki (de salmão) a R$ 29,90
Segundo Pedro, o investimento inicial do negócio foi de R$ 500 mil. A empresa fatura cerca de R$ 100 mil por mês, com lucro oscilando de 15% a 20% desse valor.
Customização e cardápio digital são diferenciais
Outro item para atrair freguesia é a customização: o cliente pode montar seu lanche e ainda levar hambúrguer congelado para casa. “Acontece muito com nossas quatro opções para veganos e vegetarianos”, diz o chef.
Para diminuir custos e agilizar o atendimento, o empresário também apostou em um tablet com um cardápio digital nas mesas, no qual o cliente faz o pedido sem o auxílio do garçom. “É mais uma maneira de baratear o produto, pois o custo desses funcionários não é repassado ao cliente.”
Pedro diz que escolheu a Vila Madalena a dedo. “A ideia é atingir não só o público jovem, mas também as pessoas que trabalham aqui durante o dia e moram na região”, diz. A hamburgueria abriu em novembro de 2016.
Mercado saturado
Para Fabiano Nagamastsu, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), a promoção do chope pode ser prejudicial a partir do momento em que ele deixar de ser um item a complementar o ator principal do negócio, que é o hambúrguer, e se tornar o foco. "Nesse caso, não faz mais sentido ser uma hamburgueria e, sim, uma choperia", diz ele.
Segundo Nagamastsu, o mercado de hamburguerias em São Paulo está saturado, mas o conceito diferente e criativo do negócio é um ponto positivo. “Visão saudável e sustentável, produtos veganos e o cardápio digital contribuem para uma boa imagem frente ao consumidor. Mas para que o negócio dê certo é necessário seguir planejando, pesquisando e inovando”, analisa.
Para ele, além da comercialização de hambúrguer congelado, o cardápio digital também é um acerto, pois elimina o custo do funcionário e da impressão de papéis, além de trazer agilidade, rapidez, satisfação e comodidade ao cliente.
Onde encontrar
Jamp Burger: https://www.facebook.com/jampburger/
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