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Empresa vende em casa produto de beleza para pets, como hidratante de pata

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/07/2017 04h00

Os empresários Sandra Schuster, Flávio Pigatto e Juliano Cortes lançaram este ano, em Curitiba (PR), a docg., empresa que vende no sistema porta a porta produtos para animais de estimação, como um hidratante para patas. A venda direta é feita por meio de catálogos, e os consultores usam prioritariamente redes sociais para oferecer o produto.

Schuster, 42, e Pigatto, 43, são donos da DrogaVET, rede de farmácias de manipulação veterinária; Cortes, 35, é também franqueado da DrogaVET em São Paulo. A empresa não divulga investimento inicial.

Pigatto diz que o modelo porta a porta “mudou muito ao longo dos anos, com a facilidade das redes sociais”. “As pessoas convidam amigos, postam em grupos, conversam por whatsapp para falar de seus produtos e atrair consumidores”, relata. Já tradicional em outros segmentos, como o de cosméticos, a venda direta é uma novidade no mercado de produtos pets, segundo Cortes.

No catálogo da docg., estão itens de fabricação própria, como óleo e fixadores com brilho. Há também xampus e condicionadores para cada tipo de pelo (longos, curtos, oleosos, com frizz, claros e escuros), sprays para hidratação da pelagem e perfumes de diversas fragrâncias, além de produtos da linha para filhotes e de banho seco. Outro destaque é o creme hidratante para patas.

Entre os itens de marcas parceiras, que incluem cosméticos, acessórios e alimentos, há camas, escovas, coleiras, brinquedos, comedouros, tijelas portáteis, coletes de resfriamento para cães, petiscos e ossinhos.

Os produtos mais baratos são a ração em latas Pet Delícia para cães e gatos e o bifinho The French Co (60g), que custam a partir de R$ 6,90. O mais caro é o comedouro com aplicativo que permite controlar o horário de servir alimento ao cão (R$ 599). Já o mais vendido é o hidratante de patinhas (R$ 55).

Franquia a partir de R$ 100 mil

Três franquias da docg. já foram abertas: São Paulo, José do Rio Preto (SP) e Belo Horizonte (MG). Até o final deste mês está prevista a abertura da franquia em Campinas (SP). As franquias também funcionam como centro de distribuição de produtos e de treinamentos para os consultores. A empresa lançou em junho o e-commerce da docg..

  • Investimento inicial: a partir de R$ 100 mil a 400 mil (custos de instalação + taxa de franquia + capital de giro)
  • Faturamento médio mensal: de R$ 50 mil a 200 mil
  • Lucro médio mensal: 15% do valor do faturamento
  • Retorno do investimento: 15 meses (dados fornecidos pela empresa)

Venda por meio de catálogos

De acordo com a empresa, o consultor pode lucrar 25% nos produtos vendidos por meio do catálogo. Ele precisa comprar kits de produtos para começar a revender. A empresa oferece seis opções de kits, que variam de R$ 150,00 a R$ 1.400, dependendo do número de produtos que os compõem (de 7 a 36 itens). Atualmente, são cerca de 150 consultores.

“Para virar consultor líder é preciso captar no mínimo cinco revendedores para sua rede, que não tem limite. Além da lucratividade maior, o consultor líder ainda ganha 5% sobre as compras de sua rede. Outra opção é já começar como consultor líder, mas ele precisa comprar o kit inicial liderança, com investimento inicial maior, mas retorno também maior”, diz Pigatto.

Pet Care, em Curitiba (PR), da estudante Letícia Cruz - Lennon Borges/Divulgação - Lennon Borges/Divulgação
Pet shop em Curitiba (PR) de Letícia Cruz, que tornou-se consultora da docg.
Imagem: Lennon Borges/Divulgação

A estudante de veterinária Letícia Cruz, 23, que já trabalha com banho e tosa de animais há 11 anos, em Curitiba (PR), tornou-se consultora da docg. em fevereiro. “Comprei um kit e vendi todos os produtos.”

Ao abrir um pet shop na cidade, ela diz que passou a usar e vender os produtos da marca no local, mas não abandonou a venda direta. “Meu marido sai com o catálogo e oferece para amigos e outros pet shops também”, relata ela, que tem dois revendedores.

Mercado é promissor

Ao lançar o novo modelo de vendas, os empresários basearam-se em dois setores da economia: o mercado pet e o de vendas diretas.

De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas, as vendas diretas movimentaram R$ 45,7 bilhões, em 2016. O setor tem 4,3 milhões de revendedores.

Já o faturamento do segmento pet em 2016 foi de R$ 18,9 bilhões, um crescimento de 4,9% em relação ao ano anterior, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação. De todos os segmentos da indústria de animais de estimação, pet food lidera com 67,5% do faturamento, seguido do de serviços (banho e tosa), com 16,7%, e o de pet care (equipamentos, acessórios e produtos de beleza) com 8,1%.

Só para se ter uma ideia do tamanho desse mercado pet, basta ver os números. Existem hoje nas casas brasileiras cerca de 52,2 milhões de cachorros e 22,1 milhões de gatos, de acordo com estimativa da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Analisar como a venda direta funciona no segmento pet

Ricardo Calil, gerente regional do Sebrae-SP, diz que a venda direta está consolidada no país, principalmente no setor de cosméticos. “No entanto, para o segmento pet, é uma novidade. Por isso, o empresário deve ficar atento para ver como este segmento reagirá a esse novo canal de vendas.”

Segundo ele, com o alto crescimento no segmento pet, as empresas buscam novas frentes, como canais de distribuição e tipos de negócios. “Vai chegar a um ponto de saturação; daí os diferenciais serão preço e atendimento”.

Onde encontrar:

docg.: www.docg.com.br

Pets lacrando no "salão de beleza" para cães

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