Sem garçom, rede vende chope e hambúrguer por R$ 10 cada e fatura R$ 6 mi
Sem garçom e com cardápio enxuto contendo apenas cinco itens, a rede Mr. Hoppy Beer & Burger, que abriu duas lojas em Curitiba (PR) no início de 2016, faturou R$ 6 milhões no ano passado.
Os carros-chefe da rede são os chopes a R$ 10 e os hambúrgueres, cujos preços variam de R$ 10 a R$ 16. Os de R$ 10, com quatro opções (Classic Salad Burguer, Hoppy Melt, Barbie Kill e Blue Moon), representam 90% das vendas dos sanduíches.
No início deste ano, a rede abriu duas unidades em Belo Horizonte (MG). Uma nova loja será inaugurada na capital paranaense este mês. Outra, em Belo Horizonte, deve ser aberta até o final do ano.
O empresário José Araújo Neto, 34, disse que investiu cerca de R$ 50 mil em cada unidade e teve o retorno em 60 dias. Desde 2015, antes da primeira loja, ele já tinha uma kombi adaptada para vender chope, que até hoje é usada em eventos em Curitiba. Ele é sócio fundador da rede junto com Vinicius Sampaio, 38.
No ano passado, o faturamento chegou a R$ 6 milhões, com lucro de 25% desse valor. Os hambúrgueres representam 45% do faturamento da rede. A expectativa de Araújo é que o faturamento dobre neste ano.
Cliente faz o pedido no balcão
A rede adotou um novo modelo de negócio, diz Araújo. Nas unidades, não há garçons, e o cliente deve fazer o pedido no balcão.
“Ao trabalhar com poucos funcionários (seis por loja) e um cardápio pequeno, ganho na redução de despesas com pessoal e no armazenamento de produtos, já que consigo diminuir gastos com estoque e logística de alimentos”, diz.
O cardápio tem produtos com preços idênticos em todas as lojas: seis opções de hambúrguer (de R$ 10 a R$ 16), batata frita (R$ 10), onion rings (R$ 15) e uma porção com 12 minichurros (R$ 15), além de 12 tipos de chope (R$ 10). De vez em quando, a rede faz promoções para atrair mais clientes, como hambúrguer mais chope por R$ 15.
As quatro unidades juntas vendem cerca de 10 mil hambúrgueres por semana, além de uma média de 50 mil copos de chope por mês, segundo o empresário.
Modelo não foi aceito pelos clientes no início
Araújo diz, no entanto, que o modelo adotado não foi muito bem aceito no início pelos clientes. Quando abriu a unidade de Belo Horizonte, por exemplo, teve um índice de rejeição muito alto. “Os clientes não gostavam de levantar para pedir chope”, diz.
Outro obstáculo foi em relação ao posicionamento da marca. “Eu sempre vi o meu negócio como um lugar de chope, mas tenho certeza de que meus clientes veem mais como uma hamburgueria que vende chope”, relata.
Planos de abrir lojas em São Paulo
Araújo diz que planeja abrir lojas em São Paulo em 2018 e também licenciar a marca. “Temos recebido muitas propostas de franquia, mas daria muito trabalho. Estamos analisando o licenciamento da marca”, afirma.
Leandro Krug, especialista em franquias e professor de MBA e Varejo da Universidade Positivo, diz que, no caso de empresas de gastronomia, a franquia ainda é o melhor caminho. “Com o contrato de franquia, você tem mais controle sobre sua marca, o que é essencial na área de alimentação, já que envolve a saúde do ser humano.”
Rede deixa de aumentar as vendas ao dispensar o garçom
Para Patrícia Albanez, consultora do Sebrae-PR, é mais do que comum o negócio “tomar outros rumos”. “O plano de negócios é uma trilha, não o trilho. Muitas vezes o mercado coloca a empresa em outra posição, e o empresário precisa saber lidar com isso, como o Araújo fez”, diz.
Albanez também relata que a estratégia de ter poucos funcionários foi uma boa cartada. “Ele achou uma forma de diminuir os gastos com recursos humanos, que geralmente são os mais onerosos na gastronomia”, relata.
No entanto, Albanez diz que, ao deixar de atender os clientes na mesa, a empresa poderá ter perdas nas vendas. “Um bom garçom, por exemplo, pode ajudar a aumentar as vendas agregadas”, afirma.
Onde encontrar
Mr. Hoppy Beer & Burger - Facebook
- Unidades de Curitiba: Rua Mateus Leme, 2.530 e rua Trajano Reis, 144, ambas no bairro São Francisco
- Unidades Belo Horizonte: Rua Montes Claros, 495, no bairro Sion, e praça Tiradentes, 41, no bairro Funcionários
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