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Bagagem perdida, voo atrasado: start-up promete indenização de até R$ 8.000

Os sócios da NãoVoei.com (da esq. para a direita): Leonardo Soares, Alexandre Freitas, Gabriel Motta e Alexandre Monteiro - Divulgação
Os sócios da NãoVoei.com (da esq. para a direita): Leonardo Soares, Alexandre Freitas, Gabriel Motta e Alexandre Monteiro Imagem: Divulgação

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/09/2017 04h00

Lançada em junho deste ano, a NãoVoei.com é uma start-up com sede em Belo Horizonte (MG) que busca reparação de danos a passageiros que passaram por situações de voo atrasado ou cancelado, bagagem extraviada ou overbooking (quando a companhia aérea vende mais assentos do que os disponíveis no avião) nos últimos três anos.

Funciona assim: os passageiros relatam seu caso no site, por chat on-line ou telefone. São coletados detalhes do ocorrido, para que seja analisado se é passível ou não de indenização. Se for, o usuário é orientado a reunir a documentação necessária para buscar uma solução amigável junto à companhia aérea. Se não for possível um acordo, o caso é transferido à rede de prestadores de serviços jurídicos da empresa, que ingressa com uma ação no juizado especial (de pequenas causas) da localidade do cliente prejudicado.

Geralmente, os casos demoram uma média de quatro meses para serem resolvidos, e o valor das indenizações fica entre R$ 2.000 e R$ 8.000 a título de danos morais, além do ressarcimento de eventuais danos materiais que o passageiro tenha arcado (alimentação, hospedagem, transporte etc), segundo um dos sócios, o advogado Alexandre Freitas, 41.

A start-up só cobra pelo serviço se houver alguma reparação de danos: fica com uma taxa de 30% do valor efetivamente recebido pelo passageiro. A previsão é faturar R$ 300 mil até o fim do ano, somando R$ 1 milhão em indenizações.

O investimento inicial foi de R$ 50 mil. Os sócios são quatro amigos que já tiveram experiências ruins em viagens: os advogados Alexandre Freitas e Leonardo Soares, 41, e os publicitários Alexandre Monteiro, 29, e Gabriel Motta, 30.

Nosso objetivo é melhorar o serviço das companhias aéreas e orientar passageiros sobre seus direitos.

Alguns direitos apontados por Freitas:

  • em atrasos de mais de uma hora no voo, a companhia aérea deve oferecer serviços de comunicação, como telefone e internet
  • em atrasos acima de duas horas, deve oferecer alimentação ou cupom de consumo para refeições
  • em atrasos de mais de quatro horas, deve oferecer locomoção e hospedagem, quando necessária

Orientações de Freitas aos passageiros prejudicados:

  • fotografe a tela do aeroporto com o tempo de atraso ou cancelamento de seu voo
  • guarde seus bilhetes de passagem e todos os seus comprovantes de despesas, além de tudo que a companhia aérea oferecer e, efetivamente, fornecer
  • se for mal atendido pela companhia aérea, tente filmar a conversa
  • se o cupom de alimentação for insuficiente para comer no aeroporto, fotografe-o ao lado do cardápio, para mostrar preços

Negócio baseado na ineficiência alheia pode perder função

Para Luciano Salamancha, professor do MBA da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e especialista em gestão de negócios, é positivo que a empresa ofereça orientação gratuita aos passageiros. "A maioria das pessoas viaja com pouca frequência e desconhece seus direitos", declara.

Ele diz que a empresa ganha dinheiro a partir da ineficiência das companhias aéreas, mas, ainda assim, não deve se posicionar como inimiga. "A start-up se dispõe a ajudar quem tem direito, quem não tem direito não vai adiante. Se as aéreas aumentaram a eficiência do seu serviço, a start-up pode perder a função", afirma.

Onde encontrar:

NãoVoei.com - www.naovoei.com