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Vendeu Fusca para viajar, foi lixeiro na Itália e hoje fatura R$ 38 mil/mês

Gabriel Navajas

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/11/2017 04h00

Com dificuldades financeiras no Brasil, o contador Anderson Fábio Alves, 42, decidiu viajar para a Itália em 1994 e aproveitar a cidadania italiana herdada da mãe, Dalva Pozza, para tentar a vida no país. Ao chegar a Milão, foi lixeiro, trabalhou em fábrica e foi franqueado da Telecom Itália, com faturamento de 150 mil euros por mês (cerca de R$ 527 mil).

Um problema de saúde, no entanto, o obrigou a retornar ao Brasil em 2010. Seis anos depois, tornou-se franqueado da iGUi Trata Bem e faz serviços de limpeza e manutenção de piscinas em Vargem Grande Paulista (44 km ao sul de São Paulo). Até o final deste mês, ele abrirá uma unidade em Ibiúna (69 km a oeste de São Paulo).

O faturamento médio mensal é de R$ 38 mil. O lucro não foi divulgado.

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Minha situação estava difícil no Brasil, não via futuro para mim. Vendi meu Fusca 1975 e comprei uma passagem para a Itália. Fui fazer todos os trabalhos que um imigrante fazia.

Anderson Fábio Alves, dono da empresa

De lixeiro a franqueado da Telecom Itália

Alves trabalhou como lixeiro na Itália até 1999, quando foi trabalhar numa fábrica de produtos de beleza. Em 2001 ele recebeu um convite de um gerente de expansão de franquias que conhecia na Telecom Itália.

Iniciou o novo trabalho vendendo pacotes telefônicos (contrato de telefonia, internet, ativação de linhas particulares e empresariais). Tornou-se gerente e decidiu abrir uma franquia da rede. Tinha mais de 200 clientes.

Em 2008, porém, depois de três ataques isquêmicos transitórios (AITs) por causa do alto estresse no trabalho, diz ele, decidiu que era hora de voltar ao Brasil e ter uma vida mais saudável.

O problema de saúde ocorre por uma falha na circulação sanguínea (isquemia), que retorna à circulação normal depois de um tempo, segundo o médico Antonio Antonietto, diretor de governança clínica do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Em 2010, Alves vendeu a sua parte da franquia para outro franqueado e retornou ao Brasil.

Pesquisou 67 alternativas de franquia

Comprou uma chácara em Vargem Grande Paulista, cidade da mulher, para alugar para eventos. Ganhava R$ 2.500 por mês.

Entre 2014 e 2016, decidido a abrir uma franquia, pesquisou 67 alternativas e optou pela microfranquia da iGUi Trata Bem, que tem duas opções: home office (trabalha de casa e vai até o local da manutenção) ou loja, que conta também com a venda de produtos para piscina.

“Instalei uma piscina em casa e não tinha quem fizesse a assistência. Percebi que as pessoas da cidade não tinham a quem recorrer na hora da manutenção. Vi que existia uma boa oportunidade ali. Comecei pelo home office e, quatro meses depois, comprei uma loja”, diz.

Hoje, Alves tem 12 funcionários e faz a manutenção em 75 piscinas por mês, no valor médio de R$ 300 cada. Além disso, fatura com troca de motor, filtros e bombas e venda de produtos químicos, que completam o faturamento.

Os preços dos serviços de manutenção mensal da iGUI Trata Bem variam de acordo com o tamanho da piscina:

  • pequena (até 10 mil litros): de R$ 150 a R$ 250
  • média (de 10 mil e 25 mil litros): de R$ 200 a R$ 300
  • grande (a partir de 25 mil litros): de R$ 250 a R$ 400

São oferecidos tratamento e limpeza de água, aspiração, limpeza de borda, retrolavagem do sistema de filtragem, identificação de defeitos na piscina e equipamentos e venda de produtos químicos.

Na concorrente Pool Team, o preço da manutenção mensal é a partir de R$ 180 e varia de acordo com o tamanho da piscina.

Franquia a partir de R$ 18 mil

Veja os dados da franquia, fornecidos pela iGUi Trata Bem:

  • Investimento: de R$ 18 mil a 22 mil (home office) e de R$ 34 mil a 46 mil (loja). Inclui taxa de franquia e capital de giro
  • Faturamento médio mensal: R$ 6.000 (home office) e R$ 25 mil (loja)
  • Lucro médio mensal: R$ 5.000 (home office) e 30% a 40% do faturamento (loja)
  • Retorno do investimento: de 4 a 8 meses (home office) e de 6 a 12 meses (loja)

Cuidado com os clientes e atenção à concorrência

Para o consultor do Sebrae-SP Ruy Barros, o empresário acertou em abrir a franquia de manutenção de piscinas porque o mercado está em alta no Brasil. Segundo a Anapp (Associação Nacional dos Fabricantes Construtores de Piscinas e Produtos Afins), o país é o segundo colocado no ranking mundial do segmento.

Ele diz, no entanto, que  Alves precisa estar atento a dois pontos para continuar com a empresa em alta. “Manter o foco nas expectativas dos clientes e conhecer o que acontece na concorrência”, afirma.

Onde encontrar:

iGUi Trata Bem – www.iguitratabem.com

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