Analistas estão pessimistas com Petrobras e empresa de Eike

O índice Ibovespa reflete o sobe e desce dos preços de 70 principais ações (as mais movimentadas), mas na verdade, somente cinco influem de forma decisiva na trajetória desse indicador: as ações da Petrobras (preferencial e ordinária), a ação ordinária da OGX e as ações da Vale (a preferencial e a ordinária).

Para 2013, os analistas não estão otimistas em relação às duas primeiras empresas. Já a Vale apresentou uma queda histórica dos lucros na semana passada. Mas nem por esse motivo os analistas ficaram pessimistas a respeito da mineradora.

A ação da empresa, negociada entre R$ 35 e R$ 36 atualmente, pode atingir a casa dos R$ 45 em um prazo de 12 meses, conforme algumas projeções recentemente divulgadas.

Os papéis da mineradora também galgaram o topo da lista das ações mais recomendadas pelos analista para este ano, considerando o provável aumento dos preços do minério de ferro.

“A Vale é uma empresa bem gerida e está fazendo esforços para melhorar suas operações. A China [o maior cliente da mineradora] tem mostrado que deve manter a demanda”, diz Carlos Müller, analista da Geral Investimentos.

Há, no entanto, um risco que não pode ser ignorado no caminho da Vale: deve ser encaminhado ainda neste mês para o Congresso o projeto do novo código de mineração.

Entre os itens que podem afetar os lucros da empresa, está o possível aumento dos royalties devidos na exploração das minas.

“Mudanças em marcos regulatórios sempre alteram o ânimo do mercado e deixa os nervos dos investidores à flor da pele”, diz Felipe Queiroz, analista da Austin Rating.

Pelos motivos acima, alguns analistas preferem fugir das ações que compõem o índice e buscar setores menos afetados pelo comportamento geral da Bolsa.

Os setores mais promissores estão ligadas ao segmento de consumo doméstico, como administração de shoppings centers, infraestrutura e educação. Com a perspectiva de aumento dos juros, as ações de bancos também foram mencionados por analistas.

“Todas as minhas recomendações são de papéis fora do índice [Ibovespa]”, diz o analista da Geral Investimentos, Carlos Müller.