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Poupança, Tesouro Direto, ações: saiba o que fazer com seu dinheiro em 2018

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Thâmara Kaoru

Do UOL, em São Paulo

03/01/2018 04h00

As eleições para presidente e as discussões sobre a reforma da Previdência são alguns temas que devem influenciar o mercado financeiro e os investimentos em 2018. É preciso ficar de olho neles antes de decidir o que fazer com seu dinheiro.

O UOL conversou com Alberto Alves, superintendente financeiro no banco Ourinvest, Alexandre Cabral, professor da FIA-Labfin, Marcio Cardoso, sócio-fundador da Easynvest, Mauro Calil, especialista em investimentos do Ourinvest, e Ricardo Teixeira, coordenador do MBA em Gestão Financeira da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Para os especialistas, quem quiser ganhar mais terá que aceitar riscos maiores. "O ano provavelmente terá inflação e Selic baixas. Com isso, a rentabilidade da renda fixa também vai ser baixa. Quem está querendo retorno maior terá que arriscar mais", diz Teixeira.

Veja o que eles dizem sobre os principais investimentos.

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Tesouro Direto

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São títulos do governo federal. Ou seja, quem faz investimentos nessa categoria empresta ao governo. É possível investir em três tipos de títulos: Tesouro Selic, Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+.

Para Cabral, é uma boa opção para quem é conservador ou quer ter uma reserva em renda fixa. Para ele, o Tesouro Prefixado vale a pena só para quem for retirar o dinheiro depois de 2018.

Para Calil, os melhores investimentos nessa categoria são o Tesouro IPCA+ e o Selic. "No Tesouro Selic, você sempre vai ter mais dinheiro do que o que você colocou se aguardar o prazo, e o Tesouro IPCA+ pode ser melhor do que o Prefixado, que tem taxas muito baixas."

Para investir no Tesouro, é preciso abrir um cadastro e ter conta em uma corretora ou banco. Clique aqui e veja o passo a passo.

O investimento paga Imposto de Renda, conforme o período de aplicação:

  • Até 180 dias = 22,5%
  • De 181 a 360 dias = 20%
  • De 361 a 720 dias = 17,5%
  • Acima de 720 dias = 15%

Poupança

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Conhecida por não pagar Imposto de Renda nem taxa de administração, a poupança pode atrapalhar quem quer economizar, afirma Calil. "A extrema facilidade de movimentar o dinheiro da poupança pode servir para não poupar. Se precisar viajar ou entrar no cheque especial, a pessoa pode acabar tirando o dinheiro da poupança."

Para Teixeira, a poupança só serve para quem é muito conservador. "Não é para ser encarado como investimento, mas como uma reserva."

CDB

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Os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) não têm taxa de administração, mas pagam IR. O investidor deve aplicar nesse tipo de investimento se ele der um retorno de, no mínimo, 100% do CDI para aplicações de um ano, segundo Cabral.

Bancos menores podem pagar mais, entre 105% e 110% do CDI, para quem for investir a partir de R$ 5.000. Porém, o risco também é maior. Cabral afirma que é preciso observar se os investimentos estão dentro do limite de cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

O IR varia conforme o período de aplicação:

  • Até 180 dias = 22,5%
  • De 181 a 360 dias = 20%
  • De 361 a 720 dias = 17,5%
  • Acima de 720 dias = 15%

LCIs e LCAs

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LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) são aplicações de renda fixa. Uma das maiores vantagens é a isenção do Imposto de Renda.

Na hora de escolher, Cabral recomenda buscar papéis que paguem, no mínimo, 80% do CDI. "O valor de 80% do CDI em uma LCI ou LCA é melhor do que o Tesouro Selic por um ano, por exemplo."

Ações

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Imagem: Luiz Prado/Divulgação BMeFBovespa

Segundo Calil, 2018 terá um movimento parecido com o de 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff, e o mercado deve variar de acordo com as pesquisas eleitorais. "A posição do mercado vai se formar de acordo com os resultados das pesquisas. Se o candidato que o mercado financeiro acredita ser o melhor para a economia vai bem, a Bolsa vai reagir positivamente. Caso contrário, a Bolsa vai reagir negativamente."

Para quem não tem experiência com Bolsa e não sabe qual é a hora certa de comprar e vender ações, especialistas recomendam cautela. Optar por fundos multimercados é mais seguro, segundo Teixeira. Para quem é conservador e não gosta de correr muito risco, ele recomenda investir no máximo 10% na Bolsa.

Por outro lado, dizem os especialistas, a Bolsa é uma boa opção para quem busca ganhos maiores e está disposto a correr mais riscos. "Para quem quer alavancar os rendimentos, a melhor maneira é o investimento em ações, mas o risco é muito maior. Quem quer rentabilidade razoável deve procurar diversificar a carteira, sabendo que a segurança da renda fixa não vai dar provavelmente rentabilidade boa", diz Teixeira.

"Quem quiser correr mais risco pode investir 40% do seu capital em renda fixa e usar o restante para ter mais riscos em artigos de maior volatilidade [instabilidade]. A Bolsa é um excelente negócio", diz Cardoso.

Apesar de ter subido nos últimos dois anos, a Bolsa ainda tem espaço para ganhos, segundo Teixeira: a melhora na economia pode fazer as empresas terem melhores resultados. Para escolher as melhores ações, ele diz que é preciso conhecer o mercado, ou vale procurar um consultor de confiança.

Fundos de Renda Fixa

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São uma boa opção para quem é conservador, segundo Teixeira. O cuidado na hora de escolher esse investimento é avaliar as taxas de administração, de acordo com Cabral: ele sugere, no máximo, 0,30% ao ano. Se a taxa for maior, Cabral recomenda investir no Tesouro Direto.

Esse tipo de investimento também paga Imposto de Renda, conforme o período aplicado:

  • Até 180 dias = 22,5%
  • De 181 a 360 dias = 20%
  • De 361 a 720 dias = 17,5%
  • Acima de 720 dias = 15%

Fundos multimercados

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Nos fundos multimercados, o investidor pode aplicar tanto em renda fixa como em renda variável. Segundo os especialistas, é uma boa opção para quem quer diversificar.

Para quem não está familiarizado com esse tipo de investimento, Cabral diz que é melhor deixar a renda variável de lado. Ele afirma ainda que o investidor deve olhar a consistência dos rendimentos do fundo dos meses anteriores e acompanhar os relatórios mensais. "Mas não se esqueça que ganho passado não quer dizer ganho futuro."

Fundo imobiliário

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O patrimônio pode ser composto de imóveis comerciais, residenciais, rurais ou urbanos, construídos ou em construção, que serão vendidos, alugados ou arrendados.

Calil afirma que pode ser uma boa opção em 2018 principalmente para quem tem imóvel alugado, para aposentados que querem ter uma renda adicional ou para quem está construindo, mas alerta: "Tem que saber escolher."

Para fazer a escolha, Alberto Alves, do Ourinvest, recomenda ler com atenção a descrição dos fundos. "Há diversos fundos, como de hospitais e shoppings, por exemplo. É preciso analisar informações como qual o tipo de imóvel está dentro daquele fundo, a performance dele, quantos inquilinos possui. Essas informações estão disponíveis em relatórios."

Imóveis

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Calil afirma que essa opção de investimento pode não ser um bom negócio. "Se vai comprar para revender, é melhor investir em fundo imobiliário. Comprar imóvel na planta para vender depois é mais arriscado e pode ser menos rentável."

Teixeira afirma que o mercado imobiliário não está aquecido, e que comprar um imóvel para alugar só é uma boa alternativa no médio e no longo prazo. "Para quem está pensando em comprar um imóvel desocupado hoje para alugar, a rentabilidade não vai justificar a compra. Mas se está pensando em médio e longo prazo, pode ser interessante."

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