Empréstimo consignado tem juro mais baixo, mas come seu salário; saiba usar
Quem precisa de dinheiro emprestado no Brasil sabe que irá, necessariamente, pagar caro por isso. Com as altas taxas de juros praticadas no mercado, é preciso pesquisar a melhor linha de crédito para que qualquer dívida adquirida não comprometa o orçamento doméstico.
Para o crédito pessoal, a linha mais barata do mercado no país é o empréstimo consignado. A diferença dessa modalidade para as demais está na forma de pagamento: no consignado, o banco irá descontar as parcelas diretamente do salário do cliente.
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Dessa forma, as instituições bancárias conseguem diminuir o risco de calote (o pagamento do empréstimo já fica retido no banco) e, por isso, oferecem taxas de juros mais baixas do que as tradicionais, como empréstimo pessoal ou cheque especial, por exemplo.
De acordo com dados do Banco Central (BC), enquanto as linhas de empréstimo pessoal tradicional têm juros que podem chegar a 22,2% ao mês, as do consignado variam entre 1,22% a, no máximo, 6,27% ao mês.
"O crédito consignado é uma das modalidades mais baratas no país atualmente. A vantagem desse tipo de empréstimo realmente é ter uma taxa de juros menor, além da rapidez de acesso no próprio banco", diz Alfredo Meneghetti, professor de pós-graduação em Finanças, Investimento e Banking da PUC-RS.
Quem pode tomar emprestado?
Em um momento de alta do emprego informal, conseguir um empréstimo consignado fica mais difícil. Isso porque é necessário que o interessado tenha vínculo empregatício com uma empresa, seja aposentado ou pensionista do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ou funcionário público.
As taxas de juros diferem de acordo com o tipo de vínculo empregatício. Os juros para servidores públicos em fevereiro ficaram, em média, em 1,8% ao mês, enquanto beneficiários e aposentados pagaram 2%. Já as taxas para trabalhadores do setor privado foram de 2,9%, na média mensal, segundo dados do BC.
"O trabalhador registrado terá o valor debitado já na própria folha. Mas, a depender do caso, vale a pena, pois em um empréstimo normal as taxas médias ficam em torno de 7% ao mês", afirma Marcos Piellusch, especialista em finanças do Mackenzie.
Se for tomar empréstimo, saiba que salário vai diminuir
Apesar de ter taxas mais baixas do que outras modalidades, o empréstimo consignado também requer atenção de quem está interessado.
O principal cuidado é no planejamento. Quem consegue um empréstimo consignado tem de estar ciente de que o banco cobrará as parcelas diretamente da folha salarial.
Assim, o tomador do crédito não pode esquecer que o salário não será mais integral e deve adequar seus gastos à nova realidade.
Ou seja, caso o trabalhador receba R$ 2.000 de salário líquido e faça um empréstimo que prevê o pagamento com parcelas de R$ 600 mensais, deve estar ciente de que passará a receber R$ 1.400 até a quitar todo o valor emprestado.
Exatamente por isso, o valor do empréstimo consignado é limitado. "Há o risco de comprometer a renda. Por isso, existe o limite de 30% no comprometimento da renda por empréstimo", declara Piellusch. Além disso, outros 5% podem ser destinados a uma dívida no cartão de crédito consignado.
Não acumule diversos empréstimos
Outro cuidado necessário é não pegar dinheiro por outras linhas de crédito. Como o consignado é limitado, é normal que algumas instituições ofereçam outras linhas para complementar o montante desejado.
"É muito comum as pessoas irem fazendo vários empréstimos para comprar pequenas coisas e, quando vão ver, elas têm uma parcela que compromete uma parte significativa da renda", afirma Piellusch.
O consignado pode ser utilizado para quitar outras dívidas que cobrem taxas mais caras, como a do rotativo do cartão, por exemplo, mas jamais como um complemento à renda.
Dessa forma, vale a pena quitar dívidas antigas para, então, planejar a melhor maneira de adquirir algo novo.
"O brasileiro deve fazer planejamento e poupança. O cuidado é não tomar empréstimo para comprar algum sonho de consumo. Com as taxas de juros altíssimas, financiamento e empréstimo só devem ser consideradod em caso de compra da casa própria", diz Alfredo Meneghetti, da PUC-RS.
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