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Bitcoin dispara de novo; será que vale a pena comprar agora ou é arriscado?

Bitcoin - Reprodução
Bitcoin Imagem: Reprodução

Téo Takar

Do UOL, em São Paulo

27/06/2019 04h00

O bitcoin voltou a chamar atenção nas últimas semanas. A moeda digital já triplicou de valor neste ano, superando os US$ 13 mil (cerca de R$ 53 mil) nesta semana, depois de apresentar forte queda em 2018. Apesar da alta expressiva, o bitcoin ainda está longe do pico de mais de US$ 19 mil alcançado no fim de 2017. O que está provocando a nova disparada? O movimento, desta vez, é sustentável? É hora de comprar? Veja o que dizem os especialistas.

Entre os motivos apontados, está a recente criação da libra, moeda virtual ligada ao Facebook. Há também um evento técnico previsto para 2020, o "halving", que deve afetar a mineração do bitcoin.

Lançamento da libra desperta interesse por criptomoedas

O lançamento da libra, moeda digital do Facebook neste mês, reacendeu o interesse do mercado financeiro pelas moedas digitais. Segundo os especialistas, o que chama mais a atenção são as empresas que se associaram à rede social para o lançamento da nova criptomoeda.

"Não é só o Facebook. Você tem grupos grandes por trás da libra, como as operadoras de cartão Mastercard e Visa, o Uber, entre outros. Isso sugere que o mercado financeiro está começando a enxergar valor nas moedas digitais", disse o professor Estevão Garcia de Oliveira Alexandre, coordenador dos cursos de pós-graduação da Faculdade Fipecafi.

Grandes investidores no lugar de especuladores

Segundo Alexandre, apesar da forte alta dos últimos dias, a movimentação em torno das criptomoedas tende a ser menos especulativa do que a observada em 2017, quando o preço do bitcoin subiu quase 20 vezes.

"Estamos observando uma troca de posições. Fundos de investimento e outros grandes investidores institucionais têm comprado moedas digitais nos últimos meses, enquanto os especuladores estão saindo. Isso colabora para que a alta daqui para frente seja mais gradual", afirmou.

Moedas digitais facilitam transferências internacionais

Na opinião dos especialistas, o crescimento do interesse do mercado financeiro pelas moedas digitais está no potencial delas de facilitar e baratear as transferências internacionais de recursos.

"A economia está cada vez mais globalizada. Transferir dinheiro de um país para outro precisa ser tão fácil e rápido como mandar uma mensagem pelo WhatsApp", disse Nathalia Garcia, sócia-diretora da corretora Foxbit e vice-presidente da ABCripto (Associação Brasileira de Criptoeconomia).

"Essa iniciativa do Facebook de criar a libra junto com outras empresas robustas apenas confirma o potencial que as moedas digitais têm", declarou.

"Halving" vai encarecer mineração do bitcoin

Outro fator que está acelerando a alta do bitcoin é a expectativa pelo "halving" (metade, em inglês). A cada quatro anos, a taxa de produção de bitcoins é reduzida pela metade. Trata-se de um evento técnico que está previsto no código de computador que deu origem ao bitcoin.

O próximo "halving" deverá ocorrer em 2020, quando a criptomoeda completará 12 anos de existência.

Historicamente, "halving" provoca alta do bitcoin

O processo de "mineração", como é conhecida a emissão da moeda digital, torna-se mais caro após um "halving", o que colabora para a valorização da criptomoeda.

"Historicamente, o 'halving' provoca alta do bitcoin para que sua mineração seja economicamente viável", disse Nathalia.

"Minerar bitcoin é um processo caro porque consome muita energia, e você precisa investir em computadores potentes que decifrem os códigos de funcionamento da moeda", afirmou a diretora da Foxbit.

Afinal, é hora de comprar?

Os especialistas evitam indicar se vale a pena comprar bitcoins neste momento e recomendam cautela ao investidor.

"A tendência é que essa nova alta não seja uma bolha. Mas isso não quer dizer que o preço não vá oscilar. Como qualquer investimento de risco, o bitcoin pode cair novamente", declarou Alexandre, da Fipecafi.

"O bitcoin atingiu nesta semana seu maior valor em mais de um ano. A moeda tem potencial para superar o pico de 2017. Mas talvez agora não seja o melhor momento de entrar", disse Nathalia, da Foxbit.

"É preciso ter em mente que se trata de um investimento de alto risco. Desta forma, se você pretende comprar bitcoins, primeiro estude esse mercado, entenda como ele funciona. E não concentre todo o seu dinheiro nisso. O certo é diversificar com outros investimentos. Já pensou se você tivesse comprado bitcoin quando ele valia US$ 19 mil? Poucos meses depois caiu para menos de US$ 6.000", disse Alexandre.

O professor da Fipecafi também recomenda que o investidor brasileiro fique atento ao dólar. "O bitcoin normalmente segue a referência do dólar. Portanto, qualquer oscilação do real em relação ao dólar acaba afetando o preço do bitcoin para os brasileiros."

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