A partir de hoje, pequeno aplicador pode investir em empresas estrangeiras
Resumo da notícia
- BDRs que só podiam ser comprados por investidor com mais de R$ 1 milhão ficam acessíveis a mais pessoas
- Começa a valer hoje novas regras da Bolsa para investimento em BDRs após sinal verde da CVM
- Veja taxas, impostos e como investir em BDRs, os recibos de ações negociados na Bolsa
Agora está valendo. A partir dessa quinta-feira (dia 22) pequenos investidores brasileiros já podem comprar e vender papéis que representam ações de empresas estrangeiras, como Google, Amazon e Apple, os chamados BDRs (Brazilian Depositary Receipts).
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que regula o mercado de capitais no Brasil, deu sinal verde para o regulamento da Bolsa que ampliou esse mercado a mais pessoas. Com as novas regras que começam a valer hoje na Bolsa, BDRs que antes só podiam ser comprados por brasileiros com mais de R$ 1 milhão para aplicar, os chamados investidores qualificados, agora estão liberados para o varejo, ou seja, para qualquer aplicador.
Neste ano, até 16/9, o BDRX (índice de BDRs) se valorizou 40%, enquanto o Ibovespa (principal índice da Bolsa) caiu 14%. A poupança ganhou 1,8% (veja gráfico a seguir).
Segundo o diretor de Relacionamento com Clientes da B3, Felipe Paiva, o investidor agora tem à disposição 670 BDRs de grandes companhias. Veja a lista aqui.
Mais negócios
Segundo levantamento da empresa de análise financeira Economatica, o volume médio de negociação com os BDRs em 2020 está em R$ 59,8 milhões por dia, um aumento de 267% em relação à média diária de 2019, que foi de R$ 16,3 milhões.
BDRs são títulos negociados na Bolsa brasileira que representam ações de empresas estrangeiras. Não são as ações diretamente, mas representações delas. São negociados por empresas ou instituições financeiras. Para serem comercializados atualmente na Bolsa, precisam estar lastreados em ações da companhia.
Assim, um BDR da Amazon, por exemplo, tem como garantia ações da Amazon, que ficam guardadas como lastro.
"Na hora de diversificar investimentos em ações, o brasileiro fica excluído de vários setores, como o de tecnologia, por exemplo, que está indo muito bem durante a crise econômica, porque nossa Bolsa tem poucas empresas dessa área", explicou a especialista em investimentos globais da casa de análise independente Spiti, Francine Balbina.
Em busca de formas de reduzir os custos para atrair negócios para o BDR, as regras de negociação da Bolsa para BDRs reduzir o lote mínimo de negociação. Em vez de 10 BDRs como era antes, o lote padrão passou a ser de apenas um BDR por cada operação.
Como investir
Para aplicar em BDRs: o brasileiro pode comprar diretamente os papéis na Bolsa, como ações, ou por meio de fundos de investimento.
- Comprando diretamente: basta abrir conta em corretora e dar ordens de compra e venda, como se faz quando se investe em ações de empresas brasileiras.
- Aplicando em Fundos: Há corretoras lançando fundos que aplicam principalmente em BDRs. Funciona como um fundo de investimento de renda variável, com regras de aplicação mínima, de resgates, com taxas de administração cobradas.
Custos
- Comprando diretamente: investidor paga taxa de corretagem, que varia de corretora para corretora, mas fica entre zero a 2% do valor movimentado, conforme a firma. Além disso, há taxas cobradas pela Bolsa B3, da ordem de 0,03%, e, ainda, taxa de custódia cobrada por corretoras, mas que tem sido isenta em muitas instituições financeiras.
- Comprando cotas de fundos de investimentos: as gestoras cobram duas taxas: a taxa de administração, usualmente na casa de 2% do valor aplicado; e a de performance, sobre o ganho obtido pelo fundo em relação a alguma referência, como o Ibovespa. Costuma ser de 20% do rendimento acima do benchmark.
Impostos
- Comprando diretamente os BDRs: o investidor vai ter o custo tributário, entre 15% e 22% de imposto sobre ganho de capital, que ocorre quando o aplicador vende uma ação a um preço mais alto do que comprou. Tem ainda 15% sobre a variação cambial e 27,5% no recebimento de dividendos (já que se trata de empresas estrangeiras).
- Nos fundos de BDRs: a alíquota de IR é de 15% que incide sobre o rendimento e que o investidor só paga no resgate.
Dicas
Profissionais de mercado ouvidos pelo UOL apontam que investimento em BDR é como o investimento em ações normais, ou seja, existe uma empresa por trás, da qual o investidor se torna sócio. Por isso, é importante entender os fundamentos e quais as perspectivas futuras da companhia.
No longo prazo, o movimento da ação nada mais é que o reflexo dos lucros da empresa.
Betina Roxo, estrategista-chefe da Rico Investimentos
Outro ponto importante, destaca Betina, é que BDRs representam investimentos de renda variável. Ou seja, apresentam oscilações, com períodos de alta e outros de baixa.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.