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Dá para ganhar dinheiro em renda fixa no cenário atual?

Juliana Mello

05/10/2020 04h00

A maior parte dos investidores tem ou já teve dinheiro aplicado na poupança e CDB, especialmente nos grandes bancos. Mas o que essas aplicações têm que tanto atraem os investidores? Enumero algumas características:

  • Liquidez: esses instrumentos costumam ter alta liquidez, o que é essencial para reservas de emergência. Um dinheiro de fácil acesso para gastos imprevistos (ou até previstos), que está acessível ao investidor, evitando que ele precise tomar crédito ou entrar no cheque especial.
  • Segurança: O risco do investidor é o do banco emissor quebrar. O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) --entidade para proteção aos depositantes e investidores no âmbito do Sistema Financeiro Nacional-- cobre até R$ 250 mil por emissor e até R$ 1 milhão por CPF, em caso de insolvência reconhecida pelo Banco Central de mais de uma instituição.

Esses pontos são importantes na tomada de decisão de investimentos, mas e a rentabilidade, como fica nessa história? Via de regra, um CDB de uma grande instituição que tenha possibilidade de resgate imediato não costuma render muito mais do que 100% do CDI, o que atualmente representa uma rentabilidade de 1,9% ao ano.

O conceito de ganhar dinheiro significa que o seu investimento deve, no mínimo, superar a inflação. O mais recente relatório Focus, do Banco Central, projeta o IPCA (principal índice de inflação) deste ano em 2,05%, ou seja, esse hipotético CDB acima não chegaria nem a preservar o recurso investido, que dirá fazê-lo crescer.

Se você não tinha se dado conta disso, não se desespere. É possível ter retornos maiores com títulos de renda fixa. Além dos bancos e do governo (via Tesouro Direto), empresas também podem emitir títulos de renda fixa, os chamados títulos de crédito privado.

É comum pensar que para acessar o mercado de capitais ou investir nas maiores empresas do país é preciso entrar no mercado de ações, o que gera certo receio em algumas pessoas. A aplicação em renda variável depende muito do perfil do investidor e da composição da sua carteira de investimentos.

A pessoa física tem acesso a títulos de crédito privado de grandes empresas via debêntures, certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e certificados de recebíveis do agronegócio (CRA).

Debêntures são dívidas emitidas por empresas de sociedade anônima, independentemente da sua atividade econômica. Os CRAs têm como objetivo financiar atividades ligadas ao setor agropecuário, enquanto os recursos captados via CRIs deverão ter destinação imobiliária.

As empresas emitem esses instrumentos de dívida visando captar recursos para diversos fins, como capital de giro, expansão do negócio ou financiamento de investimentos. O investidor desses títulos se torna um credor da companhia em troca do recebimento de juros sobre o valor aportado.

Assim como fizemos com a poupança e CDB, vamos avaliar a liquidez, segurança e rentabilidade. Esses três papéis têm perfil de prazo longo, e o ideal é ficar com o investimento até o vencimento, pois a possibilidade de desinvestir não é sempre garantida, apesar de o mercado secundário destes títulos estar cada vez mais desenvolvido.

Quanto à segurança, o risco é o de a empresa quebrar ou não honrar a dívida. Não há um seguro como o do FGC para proteger os investidores.

No entanto, as taxas de retorno costumam ser atrativas, podendo ser indexadas à inflação. E, para melhorar, CRIs e CRAs têm isenção de Imposto de Renda para pessoa física, enquanto debêntures (exceto as de infraestrutura) e CDBs, por exemplo, pagam IR.

Então, como escolher as melhores oportunidades para investir além do CDB e da poupança e conseguir obter melhores retornos?

Além da possibilidade de investir diretamente nestes títulos, outra opção é aplicar o recurso em fundos de investimento em renda fixa de crédito privado, que possuem ao menos metade da carteira aplicada em crédito corporativo. Por meio desses veículos, o investidor terceiriza a tomada de decisão para um especialista, o gestor do fundo.

Os fundos imobiliários de papel, por exemplo, buscam escolher os melhores CRIs emitidos no mercado para compor a carteira. O investidor recebe juros periódicos da aplicação com isenção de Imposto de Renda. Caso queira se desfazer do investimento, é possível negociar a cota do fundo via Bolsa de Valores.

Qualquer que seja a sua opção, nunca esqueça de ler o material publicitário do papel ou fundo, consultar um especialista em caso de dúvidas e diversificar seus investimentos. Toda aplicação requer atenção às suas variáveis, liquidez, risco, prazo etc. E sim, mesmo com Selic no atual patamar, dá para ganhar dinheiro em renda fixa.

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