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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

10 fundos imobiliários com rendimento acima de 14%

03/12/2021 04h00

Conhece algum investimento que dê retorno acima de 10% ao ano, livre de Imposto de Renda? Entre as poucas opções que têm apresentado essa rentabilidade estão os fundos de investimento imobiliário (FIIs).

Na coluna de hoje eu compartilho a lista dos 10 FIIs com maior retorno em proventos atualmente e falo sobre os riscos envolvidos. Vale ressaltar que proventos são os valores que os fundos imobiliários pagam aos investidores mensalmente.

Assim, abaixo foram considerados FIIs que movimentam acima de R$ 1 milhão por dia na Bolsa. Confira.

Os melhores fundos imobiliários hoje

URPR11: 23,02%

O fundo Urca Prime Renda, negociado na Bolsa com o código URPR11, está com um retorno em proventos (DY, na sigla em inglês) de nada menos que 23,02%.

Isso significa que para cada R$ 100 que você investir nesse ativo, receberá em média R$ 1,92 ao mês ao longo do próximo ano, caso ele continue pagando proventos no mesmo ritmo dos últimos 12 meses.

Dito de outra forma, quem investir R$ 100 mil no URPR11 poderá receber uma renda mensal média de quase R$ 2.000 nos próximos 12 meses.

Na frase acima, é importante prestar atenção na palavra "poderá". O retorno não é garantido. Essa rentabilidade só será alcançada, repito, se o fundo não reduzir o ritmo de pagamento de proventos.

O URPR11 é um FII que investe em recebíveis imobiliários — ou seja, no setor de imóveis residenciais. Investindo nele, você recebe uma parte das prestações que as pessoas pagam quando compram um imóvel com financiamento.

HCTR11: 19,23%

O fundo Hectare apresenta um retorno de 19,23%, se considerarmos o ritmo de pagamento de proventos dos últimos 12 meses.

Mas aqui vale fazer uma observação: recentemente, o Hectare reduziu o pagamento de proventos para R$ 1,50 a R$ 1,60 por cota, bem menos do que os R$ 2,51 de dezembro do ano passado.

Se continuar no ritmo de R$ 1,60 por cota, terá um rendimento aproximado de 15,7% ao ano — o que também não é ruim.

DEVA11: 19,19%

O Devant Recebíveis Imobiliário, negociado pelo código DEVA11, está com um DY de 19,19%, considerando o pagamento de proventos dos últimos 12 meses.

Só que não se deixe enganar. Essa rentabilidade está inflada por resultados excepcionais ocorridos em dezembro de 2020 e janeiro deste ano, que nunca mais se repetiram.

Naqueles dois meses, o fundo distribuiu proventos de R$ 2,68 por cota. Mais recentemente, no entanto, o pagamento tem ficado entre R$ 1,10 e R$ 1,45. Se ele ficar no ritmo de R$ 1,10 ao mês, o retorno do investimento será de 13% ao ano, aproximadamente.

HABT11: 17,76%

O HABT11 é um dos poucos casos de FII que, diferentemente do DEVA11 e do HCTR11, não reduziu o pagamento de proventos por cota. Nos últimos seis meses, o fundo pagou R$ 1,60 por cota. Nos seis meses anteriores, R$ 1,51.

Continuando assim, terá uma rentabilidade de 17,76% ao ano em proventos para quem comprá-lo ao preço atual.

BARI11: 15,44%

O fundo BARI11 merece a mesma ressalva feita em relação a alguns outros desta lista: o pagamento de proventos caiu recentemente. Em janeiro, chegou a R$ 2,05 por cota; atualmente, está em R$ 1,20.

Se ele repetir o resultado dos últimos quatro meses, terá uma rentabilidade em proventos de 13%, aproximadamente, no próximo ano.

Outros cinco FIIs com maior pagamento de proventos

  • RECR11: 14,75%
  • IRDM11: 14,45%
  • KNIP11: 14,21%
  • KNHY11: 14,21%
  • CVNI11: 14,08%

Como a inflação pode afetar os fundos imobiliários?

O retorno em proventos dos fundos imobiliários não tem incidência de Imposto de Renda, o que facilita muito as coisas. Mas e a inflação? Essas rentabilidades seriam parcialmente corroídas pela alta do custo de vida no país?

Essa questão é bastante controversa. O preço da cota de um FII varia, como os preços das ações, mas em menor grau. Então, daqui a um ano, por exemplo, pode ser que o fundo que você comprar hoje esteja valendo 10% menos.

Como eu invisto em FIIs pensando em prazos bem mais longos, essa variação em 12 meses não me incomoda. Na verdade, quando o preço cai, eu tendo a investir mais, se tiver dinheiro. Em tese, o preço da cota de um fundo imobiliário tende a subir a longo prazo, acompanhando a inflação, se tudo correr bem.

Seguindo esse raciocínio, quando eu invisto em um FII com o objetivo de resgatar daqui a cinco anos ou mais, minha expectativa é de que ele, ao menos, acompanhe o aumento do custo de vida. Dessa forma, os proventos acabam sendo um rendimento acima da inflação.

Dúvidas sobre investimentos?

Tem alguma dúvida sobre investimentos ou quer saber como eu aplico o meu dinheiro? Então me envie um e-mail (silvio.crespo@gmail.com). A sua pergunta pode virar tema desta coluna no futuro!

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