Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
3 investimentos que rendem 1% ao mês e superam a inflação
Diversos leitores desta coluna têm enviado e-mails dizendo estarem insatisfeitos com os seus investimentos de baixo risco. Eles estão certos. Nos últimos 12 meses, a inflação ficou em torno de 10%, superando, de longe, aplicações de baixo risco tradicionais, como a poupança, os fundos de renda fixa e o Tesouro Selic.
Mas trago uma boa notícia: existem, atualmente, diversas opções no mercado que rendem acima de 1% ao mês e superam a inflação. Na coluna de hoje, eu cito e explico três desses investimentos, sendo dois de risco baixo e um de risco médio.
Para investir nessas modalidades, basta que você esteja disposto a não resgatar o dinheiro pelos próximos 12 meses. Confira abaixo!
Tesouro IPCA+
Eu disse lá no começo que o Tesouro Selic, um dos títulos mais conhecidos do Tesouro Direto, está perdendo para a inflação. É verdade. Porém, existe outra categoria de títulos do Tesouro que rende acima da inflação: o Tesouro IPCA+.
Atualmente, o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2026 está rendendo a inflação mais 5,1% ao ano. Já o que vence em 2055 apresenta uma taxa de 5,31%.
Assim, se o IPCA (principal indicador de inflação) ficar em 10% ao ano, esses títulos terão um rendimento bruto acima de 15% ao ano, o que dá cerca de 13%, descontando o Imposto de Renda.
Mas você só vai ter esse rendimento se não resgatar o dinheiro antes do prazo do título. Portanto, teria que aguardar até agosto de 2026, no caso do primeiro exemplo; ou maio de 2055, no do segundo.
Não podendo aguardar todo esse tempo, você pode recorrer a um título privado, como o CDB — nosso próximo item.
CDB
Existem diversos tipos de CDB, mas nem todos superam a inflação. Se o seu objetivo for a proteção contra a alta de preços, você deve procurar um investimento indexado a um índice inflacionário.
Dependendo de qual é o seu banco ou corretora, é possível encontrar rendimento de IPCA mais 5% ao ano, com prazo de vencimento de apenas 12 meses, para uma aplicação inicial de R$ 5.000.
Em um passado recente, as corretoras independentes costumavam ter produtos com rentabilidades mais altas do que os grandes bancos. No entanto, com o aumento da concorrência, as instituições financeiras tradicionais melhoraram o portfólio de opções, inclusive para pequenos investidores.
Minha sugestão é que você primeiro pergunte na instituição em que já tem conta se eles contêm essa opção. Se eles não tiverem um CDB com rendimento de IPCA mais 5%, você pode abrir uma conta gratuitamente em uma corretora independente. As três maiores são: XP Investimentos, Nu Invest e Inter, de acordo com o ranking mais recente do Ministério da Economia.
Fundos imobiliários
Nos últimos meses, os fundos de investimento imobiliário (FIIs) aumentaram o seu retorno em proventos (DY, na sigla em inglês). O aumento ocorreu porque o preço das cotas caiu, mas o ritmo de pagamento de proventos, não.
O fundo Habitat II, negociado pelo código HABT11, é um exemplo. Atualmente, seu DY está em 16,87% ao ano. Isso quer dizer que, se você investir R$ 100 mil nesse FII, e se ele continuar pagando proventos no mesmo ritmo dos últimos 12 meses, você receberá R$ 16.870 na sua conta corrente ao longo do próximo ano.
Existem atualmente diversos FIIs com taxa acima de 12% ao ano, como o BARI11 (15,38%), o KNIP11 (13,75%) e o CPTS11 (12,83%).
Vale dizer que nada disso é recomendação de investimento. Esses são apenas alguns exemplos de fundos imobiliários. Para tomar uma decisão acertada, é necessário que você conheça muito bem o fundo e o mercado, ou então que recorra às recomendações de especialistas.
No UOL, você encontra recomendações dos especialistas da Levante.
Riscos dos fundos imobiliários
É importante saber que os fundos imobiliários têm um risco bem maior do que o Tesouro Direto e o CDB. Ao investir em FIIs existe uma chance razoável deles não continuarem pagando proventos no mesmo ritmo. Além disso, o preço da cota dos fundos pode cair.
Dúvidas sobre investimentos?
Tem alguma dúvida sobre investimentos ou quer saber como eu aplico o meu dinheiro, me envie um e-mail (silvio.crespo@gmail.com). A sua pergunta pode virar tema desta coluna no futuro!
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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