O que são ações preferenciais e ordinárias? Umas ganham mais que as outras?

Qual a diferença entre ações ordinárias e preferenciais? Quais são melhores para investir? E com qual se ganha mais?

Perguntas como essas foram respondidas no Guia do Investidor UOL, série de eventos quinzenais e gratuitos do UOL Investimentos para quem quer aprender a cuidar do próprio dinheiro. Na última edição, participaram dois especialistas: Rodrigo Crespi, analista de Equity Research da corretora Guide Investimentos, e Paula Reis, do canal "Mulher Trader". Veja a seguir as dicas que eles deram.

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Há três os tipos de ação. As ordinárias dão direito a voto em assembleia que definem os rumos da companhia. Mas elas pagam menos dividendos.

O segundo tipo são as ações preferenciais. São papéis com maior pagamento de dividendos (os lucros distribuídos aos acionistas) e sem direito a voto.

O terceiro tipo são as units: uma espécie de pacote que contempla tanto as ordinárias quanto as preferenciais. .

Segundo Paula Reis, para quem está começando, é interessante optar pelas preferenciais por conta do pagamento de dividendos.

Colocar isso na sua estratégia a longo prazo é importante. Ao se tornar sócio de uma empresa que é uma boa pagadora de dividendos, o investidor não vai ter só a valorização de preço [da ação], mas também vai participar dessa divisão de lucros que a empresa vai fazer aos seus acionistas.
Paula Reis, do canal Mulher Trader

De acordo com Rodrigo Crespi, da Guide Investimentos, a preferência dos investidores deve ser pela compra das units e das preferenciais, por conta do pagamento de dividendos. As ordinárias devem ser consideradas quando o investidor possuir um grande capital para fazer um aporte mais robusto.

"Quem está comprando ações com direito de voto, ao comprar um lote que equivale a cem papéis e competir com alguém que tem 100 mil ações, o direito de voto fica muito reduzido", afirmou ele.

Algumas ações variam menos que outras?

Os especialistas explicam que os papéis possuem desempenhos bastante similares. O que muda mesmo é a possibilidade de ter uma renda mensal, trimestral, semestral ou mesmo anual, pingando na conta com os dividendos.

Paula Reis entende que, mesmo na Bolsa de Valores, muitos buscam uma estratégia mais conservadora ao apostar em empresas de grande porte e mais sólidas. "Por mais que o investidor saiba que é renda variável, ele sempre busca algo mais tranquilo", afirmou.

Essa mentalidade, segundo ela, é um bom caminho para começar a montar a carteira de investimentos.

"É pensar em empresas que estão há bastante tempo no seu mercado de atuação e que têm uma gestão mais tradicional. Consequentemente, elas estão listadas na Bolsa há mais tempo, então, a gente tem um histórico de negociações para fazer uma avaliação", disse ela.

Pensar no curto ou no longo prazo?

Para Crespi, da Guide Investimentos, a possibilidade de ganhos é sempre maior com uma estratégia de longo prazo.

Quando você escolhe bem uma ação ou uma empresa em que existe a probabilidade de ela estar existindo no futuro, o valor da ação tende a subir.
Rodrigo Crespi, analista de Equity Research da Guide Investimentos

Um exemplo, segundo ele, é o movimento de maior competição nos últimos anos enfrentado pelos grandes bancos por conta de novos entrantes no setor financeiro.

"É difícil a gente imaginar que eles vão deixar de existir, mesmo com a entrada dos novos bancos e fintechs, e eles ainda pagam dividendos", disse.