Gestão ativa ou passiva de um fundo? Saiba como isso impacta seu dinheiro
Os fundos de ações são uma boa alternativa para apostar em mais empresas com pouco dinheiro. Os gestores dos fundos é que definem onde investir. De forma geral, há duas classificações de fundos: a gestão passiva e a ativa.
Na gestão passiva, o gestor vai comprar ações das principais empresas negociadas na Bolsa de Valores, como Vale e Petrobras. Na ativa, entram companhias com preços mais instáveis, mas que têm maior potencial de crescimento.
Essas diferenças foram explicadas por Phil Soares, analista chefe de ações da Órama Investimentos, e Marcelo Weber, fundador e CEO da Invexa Capital. Eles participaram do Guia do Investidor UOL, série de eventos quinzenais e gratuitos do UOL Investimentos para quem quer aprender a cuidar do próprio dinheiro de forma saudável. Entenda mais a seguir.
Verifique o desempenho do gestor
"Quando você investe em fundos com uma gestão passiva, existe uma clareza de que o investimento acontece nas empresas maiores e mais negociadas, o que traz certa segurança", afirmou Marcelo Weber, da Invexa Capital.
Por outro lado, o investidor deve estar atento ao trabalho executado por quem administra aquele fundo.
"Ao investir no fundo de gestão passiva que simplesmente replica o Ibovespa, você pode estar pagando por custos que não condizem com a atividade do gestor. É possível fazer isso diretamente", disse Weber.
Existem diferenças entre a gestão ativa e passiva?
Phil Soares, da Órama, diz que é importante compreender a segmentação do mercado brasileiro.
"É diferente do mercado americano, que possui o S&P500 [indicador das 500 maiores companhias listadas nos EUA], um índice que reflete a economia americana muito mais do que o Ibovespa reflete a economia brasileira", afirmou.
De acordo com Soares, um fundo que replica inteiramente o Ibovespa estará concentrado nas grandes empresas nacionais, uma vez que a Vale, Petrobras e os grandes bancos respondem por cerca de 30% da composição do índice.
Por isso, vale muito mais prestar atenção na diretriz do gestor, e um pouco menos no retorno em um período específico.
"A estratégia pode não ter ido bem naquele ano, mas ele pode entregar dinheiro em um prazo mais longo", disse o analista da Órama.
Há, também, fundos menos instáveis. "Algumas casas tendem a investir em empresas mais sólidas e consolidadas, e, analogamente, quando o mercado cai muito, essas empresas tendem a cair menos e ir melhor do que o índice", declarou Soares.
Subclassificações que o investidor deve observar
O chefe de ações da Órama Investimentos diz que outras classificações também são utilizadas no mercado. São exemplos os termos "long only" e "long biased".
O "long only" é quando determinado fundo tem sempre 100% do portfólio investido em ações. Por outro lado, o "long biased" é quando o gestor aumenta ou reduz a composição em carteira em razão de um momento de euforia ou retração do mercado.
Outro fator, no caso do "long biased", é que o gestor está sempre mudando e construindo a carteira. Isso deve ser considerado na hora de fazer o investimento.
Weber afirma que muitos fundos fazem a alocação dos recursos de maneira setorial, o que, para ele, não tem muito sentido.
"Se você olhar para o Brasil, o setor de papel e celulose [com a Suzano] ou de mineração [com a Vale] têm grandes players. No setor bancário, existem três ou quatro bancos. Então, essa análise fica um pouco distorcida", declarou Weber.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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