Investe na Bolsa? Veja o que acontece em caso de crise
Com a mudança de governo no Brasil e a ameaça de recessão nos Estados Unidos, vale a pena, para o pequeno investidor, continuar aplicando as suas economias na Bolsa?
Para responder essa pergunta, preparei uma simulação para mostrar o que aconteceria com o seu dinheiro se o mercado de ações vivesse novamente as mesmas crises ocorridas nos últimos 20 anos.
Veja quanto o seu dinheiro renderia se tivéssemos novamente uma bolha imobiliária como a de 2008, uma queda constante do Ibovespa como a do governo Dilma e uma nova pandemia. Você vai ver simulações para quem investe R$ 300, R$ 1.000 ou R$ 2.000 por mês em ações.
Investindo R$ 300 por mês
Se você fizer aportes mensais a partir de hoje e, nos próximos 20 anos a Bolsa se comporte exatamente como se comportou nas últimas duas décadas, você terá acumulado, ao final do período, R$ 243 mil. O total investido seria R$ 72 mil.
Desse valor, é importante descontar a inflação. Se os preços na economia brasileira também tiverem o mesmo comportamento dos últimos 20 anos, o valor de R$ 243 mil vai ser o equivalente ao que hoje são R$ 107 mil.
Então, pode-se dizer que, aplicando R$ 300 todos os meses, você acumularia, ao final de 20 anos, o equivalente a R$ 100 mil em valores de hoje.
Estou considerando como referência a variação do Ibovespa, que nada mais é do que uma média do desempenho das ações mais negociadas do país. O Ibovespa rendeu 709% no período, enquanto a inflação foi de 230%.
Todas as simulações já descontam o Imposto de Renda.
Investindo R$ 1.000 por mês
Ao longo dos próximos 20 anos, se você investir R$ 1.000 todos os meses nas empresas mais negociadas da Bolsa, ao final do período terá acumulado R$ 810 mil, o que equivaleria a R$ 358 mil em valores de hoje. O total aplicado, no período, seria R$ 240 mil.
Investindo R$ 2.000 por mês
Seguindo a mesma lógica, um investimento de R$ 2.000 mensalmente geraria um patrimônio de mais de R$ 1,6 milhão, equivalente a R$ 716 mil a preços de hoje. O total aplicado seria R$ 480 mil.
Só isso?
Pode parecer pouco aplicar R$ 2.000 por mês durante 20 anos para acumular somente R$ 716 mil. Mas antes é preciso ter em mente que esse valor já desconta a inflação do período. Se investisse em uma opção que apenas acompanha a inflação, o valor acumulado seria de R$ 480 mil.
Além disso, está sendo considerada nesse cálculo a variação do Ibovespa, ou seja, das empresas mais negociadas. Para obter ganhos maiores a longo prazo, e necessário investir em companhias que ainda não estão entre as mais negociadas, mas que têm potencial de estarem lá um dia.
Outro ponto a ser observado é que a simulação não considera o reinvestimento dos dividendos. Diversas empresas pagam proventos aos acionistas. Se esses proventos forem reinvestidos, a projeção de ganhos acaba sendo maior.
Por fim, também deve-se notar que tivemos, nos últimos 20 anos, uma das maiores crises da história do capitalismo, a de 2008, além de quatro anos de queda da Bolsa no final do governo Dilma. Se não tivermos situações nesse nível de gravidade nos próximos anos, a tendência é de que os investimentos em ações tenham um desempenho melhor.
Deve-se notar, portanto, que existe a possibilidade de acumular um valor muito maior ao longo de 20 anos de investimentos na Bolsa, se houver escolha de boas empresas que venham a se destacar no futuro, reinvestimento de dividendos e se não tivermos novamente uma das maiores crises da história do capitalismo, há 14 anos
Alguma dúvida?
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