Sílvio Crespo

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Reportagem

Tesouro Direto ou CDB: descubra qual rende mais dinheiro hoje

Se você costuma investir seu dinheiro em aplicações seguras, provavelmente já recebeu ofertas de CDB, LCA e LCI do seu banco ou corretora. É possível também que já tenha ouvido falar no Tesouro Direto na imprensa ou nas redes sociais, pois os bancos e corretoras não ganham dinheiro se você utilizar essa aplicação.

De qualquer maneira, se você ouviu falar nesses investimentos, provavelmente já teve uma dúvida básica: qual deles rende mais? Para responder essa pergunta, preparei simulações usando dados reais do mercado. Os resultados seguem abaixo.

Como comparar

A grande confusão das pessoas para entender qual investimento rende mais está no fato de que existem três grandes tipos de aplicações de renda fixa, que não podem ser comparadas diretamente.

Os três tipos de aplicações de renda fixa são: as pós-fixadas, as pré-fixadas e as híbridas (indexadas à inflação). Nesta coluna, vamos olhar separadamente para cada um desses grupos.

Para resgatar a qualquer momento

Os investimentos ideais para quem quer poder resgatar a qualquer momento são os pós-fixados com liquidez diária. Os pós-fixados são aqueles que seguem um índice do mercado, como a taxa básica de juros (a Selic) ou o CDI (um indicador de juros).

O título do Tesouro Direto pós-fixado se chama Tesouro Selic. Atualmente, o Tesouro Selic que está com uma rentabilidade de 9,0% em um ano, já descontado o Imposto de Renda. Dito de outra forma, uma aplicação de R$ 1.000 no Tesouro Selic faria o seu dinheiro render R$ 90 em um ano.

Como saber se o CDB oferecido pelo seu banco ou corretora é melhor do que o Tesouro Selic? Simples, pergunte se ele tem liquidez diária e rende acima de 102% do CDI. Se a resposta para as duas perguntas for "sim", então você encontrou um CDB que rende mais do que o Tesouro Selic.

Pós-fixados

Embora os investimentos pós-fixados sejam ideais para quem quer resgatar a qualquer momento, eles também podem ser boas opções para médio e longo prazo. Considerando a rentabilidade atual, um investimento de R$ 1.000 por cinco anos no Tesouro Selic daria um retorno de R$ 558, descontado o IR. Ou seja, uma rentabilidade acumulada de 55,8%.

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Mas você pode conseguir uma rentabilidade maior com CDBs de longo prazo. O CDB de cinco anos com maior rendimento que encontrei no momento é um emitido pelo Banco Master, disponível na corretora Rico, com taxa de 132% do CDI. O retorno desse CDB, pela rentabilidade atual, seria de 75,8% em cinco anos, ou seja, R$ 758 para cada R$ 1.000 investidos.

Veja que a longo prazo a diferença entre o CDB e o Tesouro Selic aumenta. Quando falamos em valores maiores, isso fica mais evidente. Um aporte de R$ 50 mil no Tesouro Selic renderia R$ 27,9 mil em cinco anos pela taxa atual, ou R$ 37,9 mil no CDB citado acima.

Prefixados

Os investimentos prefixados são aqueles cuja rentabilidade exata já é conhecida antes de o investidor aplicar. Por exemplo, hoje o título do Tesouro Direto chamado Tesouro Prefixado, com vencimento em três anos, está com uma rentabilidade bruta de 10,1% ao ano, o que dá de 8,6% anuais após descontar o IR.

Isso quer dizer que quem investir nesse papel terá essa taxa de retorno anual, não importa o que venha a ocorrer com a taxa básica de juros ou a inflação. Dessa forma, investindo R$ 1.000 no Tesouro Prefixado, daqui a três anos você terá um retorno acumulado de R$ 285.

Já em um CDB, é possível obter uma taxa bem maior. Por exemplo, há um CDB prefixado emitido pelo Banco Master, disponível na corretora Ágora (que pertence ao Bradesco), com uma rentabilidade bruta de 12,85% ao ano. Descontando o Imposto de Renda, após três anos o retorno é de R$ 372.

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Para um investimento de R$ 50 mil, o retorno do Tesouro Prefixado fica em R$ 14,3 mil em três anos, enquanto o do CDB fica em R$ 18,6 mil, sempre descontando o IR.

Híbridos

Além dos investimentos pós-fixados e prefixados, existem os híbridos, que corrigem o valor do seu aporte pela inflação e ainda aplica uma taxa de juros em cima. No Tesouro Direto, o título que tem essa característica se chama Tesouro IPCA. Esse papel, na sua versão com prazo de cinco anos, rende o IPCA (índice oficial de inflação) mais 5,72% ao ano.

Se considerarmos que a inflação fique em 4% ao ano, a rentabilidade líquida desse título seria de 51,6% acumulados nos próximos cinco anos, mais uma vez já descontado o IR. Seria, portanto, um retorno líquido de R$ 516 para um investimento inicial de R$ 1.000.

O CDB híbrido com maior rentabilidade que encontrei foi um também do Banco Master, à disposição na corretora Ágora, que rende IPCA mais 7,26% ao ano. O retorno líquido de um investimento de R$ 1.000 seria de R$ 618 em cinco anos.

No mesmo período, um aporte de R$ 50 mil no Tesouro IPCA teria um retorno líquido de R$ 25,8 mil, enquanto no CDB mencionado renderia R$ 30,1 mil.

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Conclusão

Os dados apenas confirmam o que já se sabe na teoria: quanto maior é o risco de um investimento, maior tende a ser o seu retorno.

Nas quatro comparações, você viu CDBs que rendem mais do que os títulos do Tesouro Direto da mesma categoria. Isso ocorre porque o CDB é um pouco mais arriscado.

Mas, para o pequeno investidor, isso não é um problema, pois o CDB tem garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), o que torna essa aplicação segura.

Se você investir em um CDB, e o banco emissor quebrar, você recebe de volta todo o valor aplicado, mais os juros acumulados até o momento, até o limite de R$ 250 mil. Quem paga essa conta é o FGC.

Portanto, se você está interessado em investir a longo prazo, saiba que o CDB, na maioria das vezes, oferece uma rentabilidade maior que o Tesouro, com um risco muito baixo.

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