Dona das Casa Bahia tem potencial de valorização de até 128% na Bolsa
A Via (VIIA3), dona das marcas Casas Bahia e Ponto (ex-Ponto Frio), vem expandindo sua operação no varejo digital e mantendo bons resultados no varejo físico. O analista Felipe Bevilacqua, economia da Levante Ideias de Investimentos, faz uma análise da empresa a seguir. Para ele, as ações dessa companhia estão baratas em comparação com outras empresas do setor, e não refletem o verdadeiro potencial da varejista.
Com o receio por parte dos investidores quanto à capacidade da Via de continuar crescendo em meio à competitividade acirrada do comércio varejista brasileiro, os papéis da companhia acumulam uma performance negativa nos últimos 12 meses, caindo de mais de R$ 18 para o patamar de R$ 8 por ação. Porém, para entender se a empresa está barata ou não, é preciso avaliar alguns dados e recorrer a alguns indicadores.
Valor de mercado
Tomando como base os dados da empresa no dia 7 de outubro de 2021, a Via tem um valor de mercado de R$ 13,040 bilhões e uma dívida líquida de R$ 1,465 bilhão. Somando os dois, chega-se a um enterprise value (EV, ou valor da firma) de R$ 14,505 bilhões.
Outro dado importante a ser levado em consideração, segundo Bevilacqua, é o Ebitda da empresa, ou seja, o lucro antes da incidência de juros, impostos, depreciação e amortização, que foi de R$ 2,917 bilhões em 2020.
Ao se dividir o EV pelo Ebitda, obtém-se o indicador EV/Ebitda, que revela aproximadamente quantos anos o lucro operacional da empresa levaria para pagar o investimento feito por ela.
No caso da Via, fazendo uma simulação bastante conservadora, considerando um Ebitda de R$ 1,8 bilhão em 2021, a relação EV/Ebitda seria de 8,1 anos, muito abaixo da média das empresas do setor, diz o analista da Levante.
Para efeito de comparação, o resultado do mesmo indicador para o Magazine Luiza, tomando como base os dados de 2020, é de 115,52 anos.
"Tratando-se de empresas do varejo e de tecnologia, é comum a relação entre EV e Ebitda ser mais alta, já que elas apresentam grande potencial de crescimento e expansão de suas atividades. No caso da Via, vemos um indicador semelhante ao que é observado em companhias produtoras de commodities, que normalmente possuem um potencial de crescimento menor e são negociadas a múltiplos mais baixos", afirma Bevilacqua.
Bom desempenho no segundo semestre
A Via pode se beneficiar de eventos como a Black Friday, em 26 de novembro, e as festas de final de ano, declara o analista.
Segundo cálculos da Levante, em diferentes cenários possíveis, o potencial de valorização das ações da companhia varia de 74% a 128% em 2022.
Valor de mercado mais baixo pode atrair compradores
A Via é uma empresa com presença nacional, marcas fortes no varejo físico, estratégia de crescimento no e-commerce e um marketplace promissor, que combina todos esses fatores a um valor de mercado muito baixo se comparado à concorrência. Isso fica evidente para potenciais compradores interessados no mercado brasileiro, afirma Bevilacqua.
A Via possui atualmente 1.009 lojas espalhadas pelo território brasileiro, somando Casas Bahia e Ponto, além de 27 centros de distribuição.
O EV da companhia, que já é baixo em reais, pode parecer ainda menor para o mercado internacional, próximo de US$ 2,6 bilhões. Esse preço atrativo pode despertar o interesse de investidores estrangeiros, diz o analista da Levante.
Investimento em tecnologia
Segundo Bevilacqua, mais do que uma varejista, a Via é hoje uma empresa que investe na diversificação de suas receitas, construindo um ecossistema que envolve lojas físicas, e-commerce, marketplace, conta digital BanQi, linhas de crédito, dentre outras coisas.
A Via também investe pesado em logística, e atingiu a marca de 51% das entregas realizadas pela malha própria da empresa em julho deste ano, contra 16% em julho de 2019.
Esse investimento em logística é fundamental para o crescimento da companhia no varejo digital, segmento que cresceu exponencialmente no Brasil durante a pandemia de Covid-19.
Empresa em crescimento
Bevilacqua ressalta que a Via segue crescendo em todas as suas principais frentes de atuação e tem potencial para crescer ainda mais.
O e-commerce responde por uma parcela cada vez maior das vendas da empresa. No quarto trimestre de 2019, era 29%. No segundo trimestre deste ano, atingiu 65%.
A maior participação do varejo digital nas vendas, entretanto, não significa que as lojas físicas estão vendendo menos.
O volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) da companhia cresceu 51% entre o segundo trimestre de 2020 e o segundo trimestre deste ano, de R$ 7,554 bilhões para R$ 11,405 bilhões, com alta tanto nas lojas físicas, quanto no e-commerce e no marketplace.
O GMV do e-commerce teve um crescimento de 35,7% no mesmo período. Saindo de R$5,957 bilhões no segundo trimestre de 2020 para R$ 7,461 bilhões no segundo trimestre de 2021. O GMV das lojas físicas teve um salto de 123,7% ano contra ano.
Conclusão
Na avaliação da Levante, a Via se encontra com preço muito abaixo, quando comparada às demais empresas brasileiras do varejo, negociando a múltiplos muito mais baixos do que a média do setor. Mas ela segue apresentando bons resultados e investindo na expansão digital e logística.
"Mesmo em um cenário pessimista, tomando como base um Ebitda (geração de caixa) bastante conservador, o upside (potencial de valorização) da companhia fica entre 73,9% e 128,5%, motivo pelo qual considera que no momento atual a Via é uma boa oportunidade de investimento", declara Bevilacqua.
Veja carteiras recomendadas
Confira abaixo recomendações de carteiras de investimentos feitas pela Levante conforme o perfil de cada um:
- Carteira para quem não aceita risco algum;
- Carteira para quem tem perfil mais conservador, mas aceita um pouquinho de risco;
- Carteira para quem é mais moderado;
- Carteira para quem aceita mais risco;
- Carteira para quem aceita alto risco.
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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo analista Felipe Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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