Como educador financeiro, recebo frequentemente perguntas sobre um velho tabu no campo das escolhas: "Comprar bens ou experiências?"
Algumas pesquisas mostram que as pessoas são mais felizes quando buscam novas experiências do que quando compram novos objetos e bens com o dinheiro que pouparam.
Essas pesquisas foram feitas por dois psicólogos chamados Leaf Van Boven e Thomas Gilovich. Eles concluíram que as coisas que compramos produzem uma felicidade passageira, já as experiências nos fazem felizes por mais longo prazo.
No livro Microeconomia e Comportamento, de Robert H. Frank, existe um trecho onde o autor fala das descobertas destes dois psicólogos (2013, pág. 244):
"As pessoas tendem a se adaptar mais rapidamente ao consumo de bens do que ao consumo de experiências. Assim, embora a maioria das pessoas experimente um ímpeto de satisfação quando adquirem pela primeira vez um televisor, com tela maior, esse sentimento quase que invariavelmente tende a decair com rapidez. Uma vez que tenhamos nos acostumado com uma TV maior, seus atributos favoráveis entram em segundo plano, isto é, não estamos mais conscientes deles."
Como qualquer pesquisa, é impossível retratar a realidade de 100% das pessoas, e isso é um dos motivos que fazem com que o tema seja considerado um Tabu. Existem pessoas que valorizam muito mais uma viagem do que a compra de um carro novo, por exemplo. O ponto é que neste caso não existe um certo e errado.
Posso comprar um notebook gamer de R$ 6.000,00 para jogar online com amigos do mundo inteiro. Também posso gastar estes mesmos R$ 6.000,00 em uma viagem para o Chile.
Qual das duas opções te deixa mais feliz? Talvez para você que lê este texto, nenhum dos exemplos. O importante é saber se o que você tem consumido está alinhado com seus valores, objetivos, satisfação real e aumento de sua qualidade de vida, o que é um princípio indispensável sob a ótica da Educação financeira.
Independente se você é do ''time bens'' ou do "time experiências" ou até dos dois, é essencial saber que poupar e investir nestes objetivos te ajudará a alcançá-los em menos tempo, pois mais foco representa conquista mais rápida.
Para que você entenda na prática, seguem abaixo duas simulações:
Simulação de investimento para consumir uma experiência (viagem)
- Viagem para Disney -- R$ 15.000
- Prazo do investimento: 3 anos
- Aplicação inicial: R$ 350,00
- Aplicação mensal: R$ 350,00
- Valor em juros bruto: R$ 3.147,48
- Valor total investido líquido: R$ 15.625,44
Simulação de investimento para consumir um patrimônio (eletrônico)
- Vídeo game de última geração -- R$ 4.500,00
- Prazo: 1 ano
- Aplicação inicial: R$ 350,00
- Aplicação mensal: R$ 350,00
- Valor em juros bruto: R$ 334,29
- Valor total investido líquido: R$ 4.817,43
Os resultados desses cálculos são simulações. Podendo assim, sofrer divergências causadas por mudanças nas regulamentações e taxas. O produto utilizado na simulação foi o CDB Certificado de Depósito Bancário com 110% do CDI.
Veja que nas duas simulações o valor aplicado mensalmente é o mesmo, o que diferencia é o prazo de investimento, ou seja, o tempo que você terá que aplicar para alcançar seu objetivo.
O segredo é a estabelecer o hábito de poupar e investir todos os meses, e quando estiver em sua viagem ou curtindo seu vídeo game, certamente irá lembrar o quanto sua disciplina e foco foi fundamental para este momento.
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