5 ações caras da Bolsa, mas que ainda valem o investimento
Algumas ações foram responsáveis por jogar para cima o Ibovespa durante a pandemia, contribuindo para reverter a queda na Bolsa de Valores que ameaçou os rendimentos ao longo de 2020. Os destaques da B3 no ano passado contribuíram em grande medida para que a valorização média das ações fosse positiva no pior ano da história econômica do país.
Porém, entre as ações mais caras, algumas ainda não chegaram ao seu topo e podem registrar novas valorizações ao longo deste ano. A plataforma de informações financeiras Economatica apresentou as ações que mais estão valorizadas na B3 em relação ao seu patrimônio líquido (P/VPA) e analistas do mercado financeiro indicaram as que prometem seguir em alta. Confira abaixo.
5 ações caras, mas que ainda podem crescer
Para concluir que essas ações estão caras, a Economatica considerou o preço da ação sobre o valor do patrimônio líquido da empresa —ou seja, quanto custa o papel em relação ao valor da empresa. Esse indicador mostra o quanto o investidor está disposto a pagar pelo patrimônio da empresa, e serve para dar mais base para ele começar a escolher a ação na qual investir.
Confira quais são as ações mais caras, segundo esse indicador.
Suzano (SUZB3): R$ 18,95
Magazine Luiza (MGLU3): R$ 17,37
Assaí (ASAI3): R$ 15,00
CVC Brasil (CVCB3): R$ 14,09
Weg (WEGE3): R$ 11,50
1. Magazine Luiza
Uma das queridinhas em 2020, as ações da Magazine Luiza podem se valorizar ainda 40% até o fim do ano, mesmo depois de um trimestre fraco.
Sua correção no ano decorre muito da redução que muitos investidores fizeram no setor. A empresa tem tudo para continuar ganhando participação no mercado com seu sistema de e-commerce e suas aquisições.
Beto Assad, analista do Kinvo, aplicativo de investimentos
2. Assaí Atacadista
O analista destaca também as ações do Assai, que buscam renovar seu valor máximo histórico, acima dos R$ 90, depois de um início bastante promissor.
O mercado entendeu como muito benéfica para a empresa a separação do Grupo Pão de Açúcar e sua valuation [avaliação do valor da companhia] se apresenta muito interessante em relação a empresas internacionais do mesmo setor. Seu preço-alvo até o final do ano está perto dos R$ 100, o que indica um potencial de crescimento perto de 10%.
Beto Assad
Pietra Guerra, analista da Clear, destaca que o Assai conseguiu entregar bons resultados mesmo com o fechamento de bares e restaurantes, clientes importantes da empresa. "A gente entrou nessa ação na virada de março para abril, mas já colheu uma boa rentabilidade".
A ideia, segundo a analista, é seguir com a ação na carteira para os próximos trimestres, que devem consolidar a empresa como "a mais bem posicionada no varejo alimentar".
3. Weg
A Weg, que registrou a maior valorização na Bolsa em 2020, pode retomar o crescimento depois de uma queda no início deste ano.
Segundo Pietra Guerra, apesar do dólar estruturalmente mais baixo, a empresa ainda tem potencial de alta "por conta das vendas a países que já têm uma retomada econômica assegurada".
4. Suzano
No segmento de papel de celulose, a perspectiva para a Suzano também é positiva para os próximos meses. Com um preço-alvo de R$ 85, segundo Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos, as ações da empresa ainda têm uma margem de valorização de pouco mais de 30%.
O bom resultado deve ser impulsionado "principalmente pela disciplina financeira da empresa, possibilidade de expansão orgânica, aumento da demanda na América do Norte e Europa e também por novos hábitos de consumo e de higiene advindos da pandemia", avalia.
Roberto Nemr, especialista da Ohmresearch, reforça a ideia de que a Suzano ainda tem espaço para crescer por conta, principalmente, da manutenção do dólar acima dos R$ 5. "Ela parece valorizada, mas está bem abaixo do pico de janeiro ou fevereiro".
Segundo Nemr, a desvalorização foi pontual e está relacionada ao recuo da moeda norte-americana.
Se o dólar for de R$ 5,20 para R$ 5,60, ela [ação da Suzano] dispara, mas não é só isso, tem um cenário internacional favorável e a empresa está focada em sustentabilidade, o que tem sido muito demandado por investidores.
Roberto Nemr, da Ohmresearch
Segundo o analista, as ações da empresa ainda podem se valorizar em torno de 20%.
5. CVC
Matheus Pacheco, analista de equities da Órama, indica as ações da CVC como outra aposta interessante, mas faz ressalvas.
Ele alerta que o preço da ação sobre o valor do patrimônio líquido da empresa está alto pelo histórico de prejuízos, que reduziu o patrimônio líquido, mas que a CVC deve ser beneficiada pelo cenário pós-pandemia, não só pelo aumento do fluxo de turistas, mas pela concentração de mercado em suas mãos.
O setor é pulverizado e grande parte das competidoras não resistiu às adversidades e sumiu do mercado. Veremos a recuperação desta empresa nos próximos trimestres.
Matheus Pacheco, da Órama
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