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Ações da Oi: o que você precisa saber sobre a empresa antes de investir?

Vinícius Pereira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/06/2021 04h00

As ações da Oi (OIBR3), que já foram consideradas micos anos atrás, acumularam alta de 155% no ano passado. Já em 2021, os papéis inverteram essa tendência e registram queda de cerca de 27%. Com preço abaixo dos R$ 2 por ação, a empresa abre as portas para pequenos investidores com pouco dinheiro para investir.

Mas, será que vale a pena? O que é necessário saber sobre a Oi antes de investir? É oportunidade ou perigo demais? Entenda abaixo o que está acontecendo com a empresa antes de investir, segundo analistas ouvidos pelo UOL Economia+.

Expectativa fez ação subir

Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, a alta registrada no ano passado foi reflexo do início do fim de um complexo processo de recuperação judicial, iniciado em 2016. Como em 2020 a empresa conseguiu renegociar dívidas e, principalmente, vender ativos importantes, as ações subiram com a expectativa de que a companhia se tornasse lucrativa novamente.

No ano passado, houve uma forte valorização dos papéis da Oi devido ao avanço do plano de desinvestimentos e da capacidade de negociação dos termos da recuperação judicial. Tivemos venda de data centers, leilão de torres, o acordo que foi se desenhando pela Oi Móvel e também o avanço da venda da parte da nova empresa para o BTG, que parece encaminhada.
Henrique Esteter, analista da Guide

No fim do ano, como parte do plano de desinvestimentos, a Oi (OIBR3) vendeu as operações de telefonia móvel para um consórcio formado pelas operadoras Vivo, Claro e TIM, por R$ 16,5 bilhões. O plano passou também pela venda da vertical de data centers e pelos leilões das torres. Além disso, houve um acordo com o BTG Pactual para que o banco assumisse a gestão e expansão da rede de fibras da companhia.

"Isso modificou o humor do mercado [em relação às ações da Oi]. Muita gente achava que a empresa poderia falir, mas no fim das contas a reestruturação começou a ser executada", afirmou Esteter.

2021 é desafio para a empresa

Mas, apesar do bom humor dos agentes do mercado em relação às ações da Oi no ano passado, os papéis passaram a acumular queda neste ano, em meio a resultados mais fracos e ao fim do noticiário positivo sobre a empresa.

A performance das ações é relativamente fraca. Esse desempenho vem sendo menos movido pelas notícias dos leilões e mais impactado pelos resultados da companhia, que vieram fracos.
Felipe Fernandes, chefe de análise da Flip Investimentos

De acordo com Mario Mariante, analista-chefe da Planner Corretora, a dívida líquida da companhia voltou a crescer, fechando março deste ano em R$ 25,2 bilhões, e o caixa disponível para novos investimentos diminuiu.

Além disso, apesar de o prejuízo líquido ter ficado em R$ 3,50 bilhões no primeiro trimestre de 2021, 44,2% menor que a perda registrada no mesmo período do ano passado, ele foi maior que o lucro de R$ 1,80 bilhão do último trimestre de 2020.

A empresa passou uma mensagem otimista ao mercado na sua teleconferência de resultados do primeiro trimestre, enfatizando a reestruturação de negócios, com foco na fibra óptica, etc, mas os números seguem não agradando ao mercado.
Mario Mariante, da Planner Corretora

Para o gestor, a empresa terá que mostrar consistência na recuperação de seus resultados para que as ações voltem a subir.

Vale a pena investir na Oi?

Para Felipe Fernandes, da Flip Investimentos, as ações da Oi devem continuar com uma alta volatilidade e, por isso, podem compor apenas uma pequena parte da carteira de investimentos.

Precisamos pensar que um papel desses, no atual momento, cria muitas incertezas no mercado e isso gera muita volatilidade. A empresa deve encontrar mais dificuldades no futuro, mas o investimento de uma pequena parte do capital nela pode ser interessante, caso o investidor acredite na virada. Mas ainda é uma ação arriscada.
Felipe Fernandes

Já para Henrique Esteter, da Guide, a Oi continua interessante e com possibilidades de ganhos para os acionistas.

Continuamos otimistas aqui na casa com a Oi e achamos que, nesse patamar de preço, a empresa continua interessante.
Henrique Esteter

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.