Poupança: quanto rendem R$ 1.000 por ano após 8ª alta da Selic
O Banco Central voltou a subir os juros nesta quarta-feira (02), elevando a taxa básica Selic em 1,50 ponto percentual, de 9,25% para 10,75% ao ano. É a primeira vez em que dois dígitos são atingidos desde maio de 2017. A oitava alta consecutiva desde março de 2021 volta a influenciar positivamente investimentos de renda fixa.
Com uma taxa básica de juros agora de 10,75% ao ano, aplicações como Tesouro Selic e fundos DI, por exemplo, terão um rendimento nominal maior a cada mês. Já a poupança seguirá com o rendimento fixo de 0,5% ao mês mais TR (Taxa Referencial, um indicador do mercado financeiro), fórmula que passou a valer após a Selic superar os 8,5%.
Confira as simulações abaixo.
Quanto rendem R$ 1.000 em diferentes aplicações
Abaixo, é possível verificar quanto passam a render R$ 1.000 se aplicados por um ano. E compare com o ganho que havia antes. Primeiro, considerando o rendimento nominal.
Nessa simulação, consideramos uma aplicação por um ano mais um dia, quando a alíquota de Imposto de Renda —para investimentos que pagam imposto— passa a ser de 17,50%.
Quanto rendem R$ 1.000 nos seguintes investimentos:
- Poupança: R$ 63,10 (considerando TR de 0,1364 e isenção de IR)
- Tesouro Selic: R$ 88,69 (considerando alíquota de IR de 17,50%)
- Fundos DI: R$ 84,12 (considerando IR e taxa de administração de 0,5%)
Diante deste novo patamar, os investimentos em renda fixa voltam a chamar a atenção.
Gabriella Alves, especialista em investimentos do Santander Brasil
Quanto a pessoa terá na conta após a aplicação
Veja então quanto a pessoa vai ter na conta se aplicar R$ 1.000 por 12 meses. E compare com o valor que seria resgatado se a Selic não tivesse subido e continuasse nos 9,25% ao ano.
- Poupança: R$ 1.063,10 (antes da alta dos juros, seriam R$ 1.061,70)
- Tesouro Selic: R$ 1.088,69 (antes da alta dos juros, seriam R$ 1.076,31)
- Fundos DI: R$ 1.084,12 (antes da alta dos juros, seriam R$ 1.071,81)
Com a taxa Selic em alta, a volatilidade da Bolsa e o rendimento da poupança de 0,5% ao mês, a renda fixa ganha força como opção de investimento em 2022.
André Malucelli, diretor de Investimentos do Paraná Banco
Ganho real e nominal
O rendimento nominal do investidor de fato aumentou com a elevação da taxa básica de juros, a Selic. Mas o valor maior que aparece no extrato da aplicação não significa ganho real.
Para calcular isso, é preciso considerar o impacto da alta dos preços da economia sobre a taxa do rendimento das aplicações. Só assim o investidor poderá avaliar se está, em termos reais, ganhando ou perdendo dinheiro.
Apenas para ter uma ideia desse impacto, vamos considerar a inflação medida pelo índice oficial do governo, o IPCA, que fechou 2021 em 10,06%. Assim, R$ 1.000 de dezembro de 2020 só compravam R$ 899,40 no fim do ano. A inflação corroeu R$ 100,60 da aplicação.
Perda real
Considerando uma inflação de 10,06% em 12 meses, para cada R$ 1.000 aplicados o capital do investidor teria estas perdas, considerando a diferença entre o rendimento de cada aplicação e a parte que a inflação corrói.
- Poupança: -R$ 37,50
- Tesouro Selic: -R$ 11,91
- Fundos DI: -R$ 16,48
O Banco Central deve continuar com o aumento da taxa Selic até, no mínimo, 11,75%. Entretanto, o risco inflacionário e iminentes altas dos juros norte-americanos podem pressionar ainda mais a nossa taxa básica e juros. Apesar de certos alívios no mercado de juros nos últimos dois meses, o cenário ainda exige cautela e seletividade. Por isso, a nossa preferência segue pelos títulos com prazos mais curtos.
Vinicius Romano, head da Suno Research
Novo cálculo da poupança
Desde que a taxa básica de juros Selic subiu além de 8,5% ao ano, em dezembro do ano passado, foi disparado o gatilho que altera o cálculo de rendimento da poupança. Assim, a caderneta passou a render 0,5% ao mês mais TR (Taxa Referencial).
No ano, o rendimento será de 6,17%, por causa dos juros compostos —ou seja, do rendimento que vai se acumulando a cada mês sobre o ganho do mês anterior. É por isso que o rendimento mensal de 0,5% não vira 6% no ano.
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