Quer encerrar 2022 com mais dinheiro? Veja onde investir para chegar lá

O investidor que tem uma visão de curto prazo —seja porque seus planos são para a formação de uma reserva de emergência ou porque pretende alcançar um projeto mais imediato— pode se planejar para chegar ao fim do ano com o patrimônio preservado e maior.

Especialistas ouvidos pelo UOL mostram quais são os investimentos mais indicados para o momento —pensando em começar 2023 com o bolso mais recheado— e dão um alerta. Confira abaixo.

Relacionadas

Onde investir em 2022: veja opções para ficar de olho e aplicar melhor

Qual é o melhor investimento do momento? Saiba por que isso não existe

Qual a forma mais barata de investir em Facebook, Google e Apple?

Atenção aos riscos

Por mais conservadora que seja a classe de ativos escolhida, pode existir algum nível de ameaça. Mas, com alguns cuidados, os analistas dizem que é possível minimizar as chances de perda e atingir a meta de não apenas acumular dinheiro ao longo do ano, mas também aumentar o valor.

"Os ativos conhecidos como livres de risco são aqueles emitidos pelo governo [disponíveis no Tesouro Direto]. Apesar dessa característica, não podemos afirmar que não há nenhum risco de perda, pois, mesmo que muito raro, se houver uma crise sistêmica e o país quebrar, o governo poderia deixar de pagar", diz Daniela Mir Gelamo, planejadora financeira CFP pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar).

Onde investir para encerrar 2022 com mais dinheiro

Tesouro Selic

A planejadora financeira cita o Tesouro Selic entre as opções oferecidas pelo Tesouro Nacional —secretaria considerada o "caixa do Brasil", responsável por administrar as contas públicas —que mais se adequam aos objetivos de curto prazo.

"Apesar de esse tipo de investimento aparecer com uma data de vencimento, ele é considerado um produto de liquidez [disponibilidade] diária, que pode ser sacado em qualquer momento", declara Daniela.

Também conhecido como Letra Financeira do Tesouro (LFT), o Tesouro Selic é uma forma de empréstimo ao Estado, que usa os recursos para financiar projetos e gastos. Em troca, o Tesouro Nacional tem o compromisso de devolver aos investidores os valores corrigidos por uma taxa, segundo prazos definidos na data em que o investimento foi feito. O Tesouro Selic tem o seu rendimento indexado à taxa básica de juros, a Selic.

O Tesouro Selic também está entre as opções sugeridas pelo analista de investimentos João Vítor Freitas, da Toro. "É um exemplo de ativo com baixíssimo risco", afirma.

Investimentos protegidos pelo FGC

Freitas declara também que há a possibilidade de fazer a aplicação por meio de fundos que investem em Tesouro Selic, em títulos de renda fixa pós-fixados (considerados mais conservadores) com a expectativa de pagamento de um percentual acima do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), por exemplo, de 105% a 110%. "Também são ativos com risco muito baixo, porque estão sob a proteção do Fundo Garantidor de Créditos [FGC]", diz.

Títulos bancários sob proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) reembolsam o investidor em caso de quebra da instituição, com um teto de até R$ 250 mil por CPF para alguns tipos de investimento. Entre eles: Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Letras de Câmbio (LC) e Hipotecárias (LH).

Por isso, segundo Alexandre Brito, sócio da Finacap Investimentos, esses títulos devem ser avaliados como alternativa para quem quer minimizar a exposição à quebra de um banco, por exemplo.

CDBs e RDBs

Daniela também incluiu entre as alternativas com o risco controlado os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e os RDBs (Recibos de Depósito Bancário) oferecidos por alguns bancos com a liquidez diária e rentabilidade em torno de 100% do CDI. Esses são investimentos de renda fixa usados pelas instituições financeiras como forma de captar recursos.

Alerta com o peso da inflação

Ainda assim, por mais conservador que seja o investimento, existe o risco de sofrer com as perdas causadas pela inflação.

O título [investimento] mais livre de risco do governo é o Tesouro Selic. No ano passado, a Selic foi, na média, entre 4% e 5%. Só que a inflação foi de cerca de 10%. Portanto, quem investiu na Selic perdeu poder de compra.
Alexandre Brito, sócio da Finacap Investimentos

Por outro lado, Brito afirma que há títulos do governo que vão pagar a inflação mais uma taxa de juros —por exemplo, de 5% ao ano—, o que elimina o peso da inflação. Porém, declara que, para quem pensa no curto prazo, "não tem título com vencimento de um ano".

Mantenha distância

Para quem precisa manter o dinheiro ao longo de 2022, Daniela diz: "Não invista em produtos de médio ou alto risco, tais como renda variável, criptomoedas e câmbio."

Já o analista da Toro orienta para que o investidor não realize investimentos com vencimento de longo prazo, caso o planejamento seja fazer caixa até o fim do ano —ainda mais que pode precisar do dinheiro para uma emergência.

Comprar um título do Tesouro com vencimento para 2045, por exemplo, e precisar vender antes da hora oferece o risco de ter de arcar com uma desvalorização grande, ou seja, de perder dinheiro.
João Vítor Freitas, analista da Toro Investimentos

Brito, da Finacap, acrescenta mais itens à lista investimentos para ficar longe: ações, fundos imobiliários, títulos de renda fixa de longo prazo (porque sofrem com oscilações) e investimentos alternativos, como o ouro.