Com anúncio de novas ações a serem distribuídas, Gol apresenta queda

As ações da (GOLL4) têm apresentado baixa na manhã desta sexta-feira (8), negociadas a R$ 17,07 por volta das 12h07 (horário de Brasília) —o que representa uma queda de 0,58%. No início do pregão, os papéis tiveram queda de quase 2%.

O recuo é um reflexo do mercado sobre o anúncio feito ontem à noite (7) o conselho de administração da Gol aprovou um aumento de capital entre R$ 948,3 milhões e R$ 2,9 bilhões como parte de uma parceria com a American Airlines em que os acionistas terão direito de preferência para subscrição de ações. O processo de subscrição de ações ocorre quando uma companhia decide aumentar seu capital e oferecer ao mercado uma nova quantidade de ativos a serem negociados.

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Entenda abaixo mais detalhes da parceria e os impactos para quem investe, principalmente em papéis da companhia aérea brasileira, segundo especialistas do mercado.

Parceria entre Gol e American Airlines

Aumentar o capital, de maneira prática, é colocar mais dinheiro na empresa, de acordo com analistas. Isso pode ser feito de duas maneiras: disponibilizando mais ações no mercado (a chamada subscrição de ações); ou pela incorporação de reservas, ou seja, parte dos resultados positivos da empresa vão para suas reservas, para seu capital —o que provoca a distribuição de novas ações aos acionistas já existentes da empresa.

Geralmente, as empresas aumentam o capital para obter mais verba e, assim, financiar atividades, novos projetos e reforço a autonomia frente ao mercado.

No caso da Gol, o lucro advindo do aumento no número de ações disponíveis a acionistas será aplicado na parceria com a American Airlines. A empresa vai emitir 67 milhões (67.347.010) de ações preferenciais extras.

O prazo para que investidores da Gol comprem as novas ações a serem disponibilizadas como fruto da parceria com a American Airlines é de 13 de abril a 13 de maio.

O que isso muda para quem investe?

"Normalmente, o mercado não gosta de aumento de capitais, mas desta vez essa operação está sendo classificada como neutra", diz Marcio Loréga, analista da PagBank. É o que também diz, em relatório, o Goldman Sachs.

Loréga afirma que a Gol colocou o preço das ações muito acima da cotação atual, por volta de R$ 17. "Ela usou a média do preço do papel nos últimos 60 pregões e ainda aplicou um ágio [diferença entre a cotação da moeda de um país e a de outro] de 257%, fazendo o valor ir para R$ 42,10".

Ele declara que isso não quer dizer que a ação valorizará para R$ 42,10. O valor real continuará sendo determinado pelo mercado.

Hoje os acionistas podem comprar o ativo com valor aproximado de R$ 17. Então, para o especialista, os investidores dificilmente comprarão mais ações diretamente da companhia nessa operação, já que estará custando mais.

"O que acontece, no final, é que sem comprar mais ativos, a participação dos minoritários no total da empresa será diluída", diz Loréga. Isso ajuda a America Airlines, que deve, sim, "abocanhar a maior parte das novas ações e continuar com sua participação de 5,3% na Gol".

A recomendação do Goldman Sachs para o papel é de que os investidores comprem GOLL4. O PagBank recomenda manter as ações —e esperar para comprar ou vender—, e aposta em um potencial de alta de 16%.