IPCA+ é melhor título do Tesouro para você juntar grana até aposentadoria
Planejamento de longo prazo é uma das bases para quem quer investir com o objetivo de garantir uma renda na aposentadoria. Títulos do Tesouro Direto são uma das opções para quem quer se preparar para uma aposentadoria sem sobressaltos. Mas a boa performance vai depender das características do produto.
Veja abaixo qual o melhor título do Tesouro Direito para esse objetivo, que cuidados tomar e como investir nesse ativo.
Os títulos IPCA+ são "bem interessantes" para quem tem um horizonte de tempo maior, segundo Gustavo Chaib, assessor de Investimentos da Guide Investimentos. Esse tipo de título garante a correção da inflação do período, acrescida de uma taxa prefixada. Portanto, os ativos aliam a proteção contra a alta dos preços no longo prazo e a remuneração com juros pagos semestralmente, explica Chaib.
Como proteger o dinheiro da inflação no longo prazo? As características do Tesouro IPCA+ são importantes para quem está pensando na aposentadoria. Isso porque o seu dinheiro precisa ser corrigido de forma a proteger os recursos da inflação ao longo do tempo e, ao mesmo tempo, garantir uma rentabilidade real. Por isso, o Tesouro IPCA+ é bastante utilizado em fundos de previdência, por exemplo, segundo Daniel Machado, consultor de Investimentos na Leve.
O Tesouro IPCA+ é enquadrado como título de renda fixa do tipo híbrido, diz Machado. Ou seja, é composto pela parte pós-fixada (inflação) e a taxa prefixada, que gera um rendimento real acima da inflação.
Selic em alta dá um empurrãozinho Outra característica que aumenta a atratividade atual do Tesouro IPCA+ para quem pensa em ter uma boa renda na aposentadoria é que o seu rendimento está diretamente relacionado com a taxa básica de juros (Selic) no momento da compra do título, diz o especialista da Leve. Quanto mais alta a inflação, maior a taxa básica de juros, como se vê agora. Atualmente, é possível encontrar títulos que pagam IPCA + 6% ao ano, aproximadamente.
"Essa é uma ótima taxa de retorno e, consequentemente, uma boa época para colocar esses títulos na carteira de longo prazo, considerando os valores históricos", declara o especialista da Leve.
Quanto custa? Segundo o site do Tesouro Direto, a quantidade mínima de compra de um título é a fração de 0,01 título, ou seja, 1% do valor de um título, desde que respeitado o valor a partir de R$ 30.
No dia 26 de julho, o investimento mínimo para um Tesouro IPCA era de R$ 30,04 (vencimento em 2045), com pagamento de IPCA+ 6,27% ao ano. Já o mais caro era o Tesouro IPCA com juros semestrais (vencimento em 2032), negociado a R$ 40,26 e rentabilidade de IPCA+6,25% ao ano.
Hoje, é possível encontrar opções com vencimentos em 2026, 2032, 2035, 2040, 2045 e 2055. Se o investidor deseja se aposentar daqui a 20 anos, diz Machado, pode ser uma boa opção comprar um Tesouro IPCA+ 2045, já que ele vence perto dessa data.
Vale para todo mundo? Esse conjunto de peculiaridades, no entanto, não atende a investidores de qualquer idade. Segundo Chaib, os títulos IPCA+ são mais recomendados a quem está em fase de acúmulo de patrimônio, ou seja, ainda se preparando para a aposentadoria. Isso porque os ativos prefixados e os indexados à inflação possuem uma volatilidade maior e não são recomendados aos investidores que já estão na aposentadoria e que podem precisar dos valores aplicados integralmente.
Os especialistas concordam que, quanto antes o investidor começar suas aplicações, mais confortável será sua aposentadoria. No caso dos títulos do Tesouro, vale lembrar que é preciso estar atento apenas ao seu vencimento, que deve ser alinhado ao prazo definido do resgate.
Paga imposto de renda?
Vale lembrar que o Tesouro Direto segue a tabela regressiva de Imposto de Renda, conforme mostra o quadro abaixo.
Alíquota de IR / Prazo do investimento (em dias)
- 22,5%: 180 ou menos
- 20%: de 181 a 360
- 17,5%: de 361 a 720
- 15%: 721 ou mais
Posso perder dinheiro?
Apesar de ser uma das opções recomendadas para quem pensa em gerar renda na aposentadoria, o Tesouro Direto oferece risco de perda, segundo Chaib. Isso acontece por causa da marcação a mercado, ou seja, a negociação no mercado secundário antes do seu vencimento. Existe oscilação na cotação, que pode ser positiva ou negativa.
"Poderá haver uma perda financeira sobre o patrimônio caso o investidor precise resgatar o título antecipadamente e o momento de mercado for desfavorável", afirma Chaib. Se o investidor deseja resgatar seus recursos no curto prazo, deve procurar ativos com vencimentos curtos, diz Machado.
Que cuidados preciso tomar antes de investir no Tesouro Direto? O IOF pode ser pesado. Além das variações de preço de mercado, o investidor que negocia seu título antes do vencimento precisa estar atento à incidência de tributos. O Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) inicial é de 96%. Veja as regras:
- Há a incidência do IOF para resgates da aplicação em Tesouro Direto em menos de 30 dias.
- O IOF começa em 96% do total de rendimento no primeiro dia de aplicação até chegar a 0% no 30º dia.
O assessor da Guide Investimentos diz ainda que o percentual destinado ao Tesouro Direto com o objetivo de se aposentar não tem uma regra. Vai depender se a pessoa gosta de investimentos menos ou mais arriscados, da idade e da capacidade de poupança de cada um.
Taxas exigem pesquisa prévia Antes de se decidir pelo Tesouro, o investidor deve levar em conta outras duas taxas:
- A taxa de custódia é cobrada semestralmente pela Bolsa de Valores, sendo 0,10% no primeiro dia útil do ano e os outros 0,10% no primeiro dia útil de julho. A cobrança é proporcional ao período em que seu dinheiro ficou investido.
- A taxa de administração pode ser cobrada pela instituição financeira onde o título foi negociado (corretoras, bancos ou distribuidoras de valores), e o valor varia entre elas. O site do Tesouro Direto informa o percentual.
Como investir: Para investir em títulos do Tesouro é preciso utilizar um banco ou uma corretora para fazer o aporte. O procedimento é o mesmo entre as instituições. O que varia é a taxa de custódia, que nem todos cobram.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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