Xepa da Bolsa: confira que ações estão baratas e se vale investir
Como saber se uma ação está barata? Nem sempre o preço da ação revela se ela tem um bom desconto ou não. Uma ação que custa R$ 2 reais pode parecer barata, mas e se o papel custava R$ 1 há um ano?
Na verdade, não é só o histórico de preço da ação que conta. A saúde financeira da companhia e o quanto ela lucra pesam muito. Foi por isso que o mercado criou uma fórmula para saber se uma ação está barata ou não.
O cálculo divide o preço da ação pelo lucro por ação que empresa tem. É o chamado Preço sobre Lucro, ou P/L. Quanto menor esse número, teoricamente mais barata está essa ação. Esse, contudo, não deve ser o único indicador a ser avaliado antes de comprar uma ação. Isso porque determinadas empresas podem estar em dificuldades. Por isso, especialistas recomendam desconsiderar negócios que tenham um P/L abaixo de 1 vez.
E quais são as empresas que estão com preço bom?
A plataforma TradeMap fez um levantamento com a xepa do mês de agosto. As empresas com prejuízo acumulado nos últimos 12 meses não foram consideradas na amostra. Confira a lista com o P/L e o valor da ação:
- Marfrig (MRFG3) 1,36 - R$ 13
- Bradespar (BRAP4) 1,43 - R$ 21,47
- Usiminas (USIM5) 1,64 - R$ 8,16
- Gerdau Metalúrgica (GOAU4) 2,03 - R$ 9,90
- Gerdau (GGBR4) 2,46 - R$ 23,90
- Petrobras (PETR4 e PETR3) 2,62 - R$ 33,85 e R$ 37,84
- Pão de Açúcar (PCAR3) 2,92 - R$ 20,55
- Vale (VALE3) 2,95 - R$ 63
- JBS (JBSS3) 3,06 - R$ 29
- Braskem (BRKM5) 3,89 - R$ 30,46
Mas vale comprar todas só porque estão baratas?
Não. Um P/L baixo significa que o mercado não está muito confiante no negócio ou — ao contrário — que há oportunidade de investimento numa ação barata. Para saber em qual das duas possibilidades uma ação se encaixa é preciso analisar caso a caso, cada companhia. Veja:
Marfrig - Depois que, no dia 30, a BRF (BRFS3), anunciou que Miguel de Souza Gularte, atual presidente da Marfrig, vai deixar a empresa para assumir a posição de diretor presidente global da dona da Sadia, o mercado voltou a especular. As chances são de que a Marfrig, maior acionista da BRF, aumente sua participação na rival. Por isso, e pelos bons resultados da empresa, a Eleven recomenda compra com preço alvo de R$ 40. Hoje, o papel vale R$ 13, o que seria uma valorização de 193% em 12 meses.
Bradespar - É o braco do Bradesco com participações em grandes empresas. No segundo trimestre, o lucro da empresa (R$ 992,2 milhões) caiu 55,7% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. O motivo foi a queda nos resultados da Vale (VALE3), na qual a Bradespar tem participação. A XP acredita que a Vale e, consequentemente, a Bradespar devem ter melhores resultados nos próximos 12 meses e por isso recomenda compra. O preço atual é de R$ 21,47 e a estimativa é de uma alta de 52%, para R$ 32,80.
Usiminas- A empresa anunciou que vai investir em reparos e reformas em estações da usina de Ipatinga, em Minas Gerais. Os recursos para isso aumentam os gastos da companhia. Por isso os ganhos podem ser menores daqui para frente. Para a corretora XP, a recomendação é neutra: não é hora de vender, nem de comprar.
Gerdau Metalúrgica - Para a XP, é uma boa compra e baratinha. A expectativa é de um preço alvo de R$15,1 em 12 meses (52% acima dos atuais R$ 9,90). O risco é queda nos preços dos metais e a desaceleração da demanda por aço no mundo.
Gerdau - O Itaú BBA recomenda a ação, com preço alvo de R$ 34 (contra os R$ 23,90 atuais). Mas diz que a expectativa é de que o preço do aço caia nos próximos 12 meses. Então, os ganhos poderão ser menores.
Petrobras- Embora sofra com os riscos políticos, a Petrobras é uma boa escolha, segundo o Safra. A empresa teve uma receita maior, impulsionada por mais exportações de derivados e menos importações de Gás Natural Liquefeito (GNL).
Mas o Itaú BBA diz que já não há tanto potencial para as ações, depois dos dividendos bilionários que a empresa está pagando. O banco cortou o preço alvo das ações de R$ 43 para R$ 38, no caso de PETR4, o que ainda representa uma alta de 10,2% em relação ao valor atual. Para PETR3, a XP tem preço alvo de R$ 47,30 (25% de alta) para a ação que hoje custa R$ 37,77.
Pão de Açúcar - Os boatos de aquisições rondam a empresa há anos. Boatos à parte, o Itaú BBA não recomenda compra, nem venda. O Pão adiantou o recebimento de R$ 2 bilhões pela venda das lojas Extra para o Assaí (ASAI3). Parte do valor recebido será usada para resgatar antecipadamente suas debêntures e melhorar o custo da dívida da empresa, mas ainda há muita incerteza em relação à empresa.
Vale - Em agosto, entre as 20 empresas com maiores quedas, quinze tiveram recuo superior a R$ 1 bilhão, segundo levantamento da TradeMap. A Vale lidera essa lista - o valor de mercado da mineradora caiu R$ 24,1 bilhões, passando de R$ 320,2 bilhões, no final de julho, para R$ 296,1 bilhões, em agosto.
Por isso, quatro empresas - JP Morgan, Goldman Sachs, Inter Invest e Genial Investimentos -, segundo TradeMap, reduziram as expectativas de ganho, embora ainda recomendem a compra. O JP Morgam, por exemplo, baixou o preço alvo da ação de R$ 127 para R$ 109. Hoje ela custa R$ 63.
JBS - O Goldman Sachs recomenda a compra, apostando que a ação chegue a valorizar 79% em 12 meses, alcançando R$ 56 (dos atuais R$ 29. O que motiva o crescimento, segundo o GS, é que a a lucratividade pode ser sequencialmente melhor no terceiro trimestre com aumento de vendas nos EUA, por conta do verão quente e mais churrascos sendo realizados. A expectativa de uma inflação mais moderada por aqui também ajuda.
Braskem - O Banco BTG Pactual, a Apollo Global Management e a Unipar apresentaram propostas individuais para compra da fabricante de plásticos. Mas o processo não tem avançado, segundo a imprensa. A empresa tem tido margens mais apertadas e por isso o Bank of America (BofA) diminuiu suas expectativas, cortando o preço alvo das ações de R$ 80 para R$ 55 - a cotação atual é de R$ 30,46. Mesmo assim, a recomendação é de compra.
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