7 lições do maior bilionário brasileiro sobre carreira, projetos e futuro

"Sonhar grande dá o mesmo trabalho que sonhar pequeno". Nas rodas de conversa do capital brasileiro, as lições do megaempresário Jorge Paulo Lemann são sempre lembradas quando o assunto é empreendedorismo. Não por acaso: com um patrimônio de R$ 72 bilhões, ele é hoje o homem mais rico do Brasil, segundo a revista Forbes.

Mais do que a sua fortuna, a trajetória do empresário também chama atenção. Uma das empresas da qual foi sócio faliu, criou um banco, um império de fabricação de cervejas e hoje investe em startups.

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Veja abaixo dicas do bilionário para a carreira, investimentos e projetos de vida.

Nascido no Rio de Janeiro, em 1939, Lemann foi um jovem de classe média alta. Alguns anos depois de se formar em economia na prestigiada Universidade de Harvard (EUA), Jorge Paulo se tornou sócio de uma financeira, a Invesco, que acabou falindo pouco depois.

Ergueu o Banco Garantia com o sonho de ter o "Goldman Sachs brasileiro", em referência à tradicional instituição americana com sede em Nova York. No banco, contratou Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, seus futuros parceiros de jornada. Era o início da construção de um verdadeiro império.

O Garantia acabou vendido para os suíços do Credit Suisse. A mentalidade de sonhar grande, porém, continuou viva na cabeça do empresário. Ao lado de Telles e Sicupira, Lemann estruturou algumas das maiores empresas brasileiras.

Os três criaram em 2004 o 3G Capital, uma empresa brasileira-estadunidense de private equity, que é gerenciada por Alex Behring e Roberto Thompson Motta, acionistas da InBev, que controla a AmBev. O trio é investidor das Lojas Americanas. O 3G Capital também controla a Restaurant Brands International, dona das marcas Burger King, Tim Hortons e Popeyes Louisiana, e é dono da Kraft-Heinz.

Veja algumas das lições do empresário.

1) Estudo é fundamental, mas prática é importante

Depois de se formar em Harvard e voltar ao Brasil, passou a ser sócio da Invesco, em 1963. Não deu certo. Do episódio, ficou o aprendizado de que nenhuma escola, por mais gabaritada que seja, substituiu o conhecimento prático.

"Quando voltei para o Brasil, me juntei a pessoas das melhores faculdades americanas e montamos uma financeira. Resultado: falimos em quatro anos. Aquilo foi um baque colossal. Eu tinha 26 anos, me achava o máximo, e descobri que não era tão esperto assim", disse.

2) Seja resiliente

É comum pessoas que tentam seguir carreira no empreendedorismo ou no mercado financeiro desistirem depois de algum revés. No entanto, Lemann acredita que é fundamental aprender com os erros. "A coisa nunca é uma linha reta, sempre tem altos e baixos. O importante é aprender com as dificuldades e sempre ver nas dificuldades uma oportunidade", afirmou.

3) Arrisque

No universo financeiro, empreendedores preferem adotar uma dose exagerada de cautela a tomar riscos. Entretanto, o empresário acredita que o risco é um dos segredos do sucesso. "O maior risco é não correr riscos, não dá para ficar sem correr nenhum risco, senão você não faz nada", disse.

4) Trabalhe duro

Muitos observam o patamar de determinados empresários e acreditam que é simples percorrer a mesma trajetória. Mas Lemann entende que também é importante enxergar os percalços no meio do caminho.

"A maioria das pessoas olha a carreira de um empresário, vê só o sucesso e acha que se chega lá com facilidade. O empresário aparece se ele foi bem-sucedido ou se ele faliu. Mas o que está no meio, sobretudo nas dificuldades, não aparece", afirmou.

5) Tenha projetos

Mais importante do que executar bem determinada tarefa é arriscar para criar algo novo.

"Gostamos de pessoas que andam sozinhas. Preferimos aquele profissional que nós sabemos que vai criar algum problema, porque vai querer andar um pouco sozinho e vai fazer alguma besteira até. Eu não gosto tanto daquele soldado disciplinado que só vai fazer a coisa quando tiver uma ordem", disse.

6) Invista em pessoas

Como segredo para o sucesso do Garantia, Ambev e 3G, está o rigoroso processo de seleção. Ao escolher os melhores candidatos e integrá-los a executivos experientes, há uma cultura que fomenta a competição e as possibilidades de crescimento.

"Eu entrevistava mil por ano para escolher dez. Desenvolvemos este sistema de trazer gente boa, remunerar bem e dar oportunidades. Hoje, esse é o ponto forte das nossas empresas. Só estamos fazendo esses negócios e comprando empresas nos Estados Unidos porque temos uma equipe para introduzir nossa cultura", disse.

7) Sonhe grande

Jorge Paulo Lemann costuma dizer para os mais novos que é um eterno sonhador. Para alguém de 83 anos que investe em startups por meio de fundos como Innova Capital e Gera Venture Capital, é inegável a sua aptidão para fazer ainda mais.

"Eu sempre tive sonhos. Eu queria ser o melhor tenista do mundo, depois queria ser o dono da melhor corretora, depois do maior banco de investimentos, depois da maior cervejaria do mundo. Em alguns, você chega lá, em outros você não chega. Mas nessa caminhada você sempre vai se tornar uma pessoa melhor", afirmou.