Poupança, Tesouro, Bolsa e FIIs: o que mais rendeu em outubro? Vale a pena?
Novembro chegou, e com ele o resultado das eleições e uma reviravolta no mercado financeiro. Como o início de um novo mês, é a hora de avaliar como os investimentos se comportaram em outubro.
A resposta vai depender do que integra a sua carteira. Entre as opções, o Ibovespa se destacou e foi o índice que mais subiu comparado com outros índices e a inflação. Com a recuperação da economia e a queda inflacionária, os investidores voltaram a se sentir confiantes para aplicar na Bolsa de Valores, explica Júlia Mendonça, educadora financeira.
E calma que ainda tem mais, pois o Tesouro Selic, a poupança e o Ifix não deixaram de garantir bons rendimentos. Veja abaixo quanto cada um desses investimentos rendeu em outubro e se vale a pena continuar investindo neles.
Mendonça diz que várias ações estão com preços baixos, sendo uma ótima oportunidade de compra. Tanto que muitas pessoas podem estar antecipando uma possível queda nos juros nos próximos meses, fazendo com que - provavelmente - a Bolsa aumente e traga mais investidores.
Mas nem toda notícia é boa, já que o dólar e ouro caíram bastante.
Então, qual foi o rendimento? Tendo como base alguns ativos em outubro e considerando os dados do fechamento do mês do Banco Central, Anbima e IBGE, os investimentos em renda fixa e variável tiveram rendimentos atrativos. Em relação aos últimos 12 meses, os números mudam um pouco e o Tesouro Selic volta a ter os holofotes.
Bolsa (Ibovespa)
- Rendimento em outubro: 5,45%
- Rendimento no ano: 10,70%
Tesouro Selic 2027
- Rendimento em outubro: 1,06%
- Rendimento no ano: 10,72%
Tesouro Selic 2025
- Rendimento em outubro: 1,05%
- Rendimento no ano: 10,40%
Poupança
- Rendimento em outubro: 0,68%
- Rendimento no ano: 6,51%
Ifix (Índice dos FIIs)
- Rendimento em setembro: 0,02%
- Rendimento no ano: 6,66%
Dólar
- Rendimento em outubro: -4,24%
- Rendimento no ano: -7,35%
Ouro
- Rendimento em outubro: -5,57%
- Rendimento no ano: -17,88%
Compensou a inflação? A inflação medida pelo IPCA em setembro foi de -0,29% e o acumulado no ano é de 4,09%. Já nos últimos 12 meses a inflação foi de 7,17%. Até o momento, não foi divulgado o índice oficial de outubro, porém, o que se espera é que venha positivo.
Nos últimos três meses, temos observado o indicador inflacionário cair. Nesse cenário, Tesouro Selic, poupança, Ifix e Ibovespa vem apresentando resultados acima da inflação. Entretanto, a inflação de outubro deve vir levemente positiva, mas ainda abaixo da rentabilidade desses investimentos, pontua Igor Cavaca, gestor de investimentos da Warren.
O que mexeu com os ativos? Sem esquecer da Selic a 13,75% ao ano, o resultado das eleições e a expectativa do aumento dos juros nos EUA (que foi anunciado ontem, 2) também contribuíram para o cenário, ainda mais sobre o bom resultado da B3.
A corrida eleitoral, que acabou no dia 31, trazia instabilidade para a Bola. Com o fim, diz Cavaca, o preço das ações pode subir. O controle maior da inflação e crescimento acima do esperado da economia também influenciam de forma positiva.
Já o dólar se desvalorizou com a entrada de investidores estrangeiros no país. O ouro tende a ser mais impactado pela economia global e política monetária norte-americana. Com os aumentos de juros por lá, existe um fluxo do ouro para títulos públicos dolarizados, que são entendidos pelos investidores como de risco mais baixo. Ou seja, com a remuneração adicional trazida pelos títulos dos EUA, o ouro acaba caindo, explica Cavaca.
Vale continuar a investir? Atenção é a palavra. Ficar de olho no cenário econômico e na performance dos ativos dá mais embasamento para saber o que fazer. Por exemplo, se a inflação seguir em níveis controlados, a taxa Selic irá diminuir e isso deve estimular um movimento de maiores investimentos na Bolsa, esclarece Júlia Mendonça.
Daqui para frente, o momento de transição de governo pode causar instabilidades, por isso, é importante entender os riscos e conciliar com os objetivos. A educadora financeira complementa que a dica é olhar para a renda fixa, justamente para quem deseja proteger o dinheiro investido nesse período.
Outro conselho é ter cuidado com "apostas" em ações que podem subir ou descer nesse período, ainda mais se você não tiver experiência em renda variável, diz Mendonça. Além disso, fuja de concentrar sua carteira em só um único tipo de investimento e nunca esqueça que rendimento passado não é garantia de rendimento futuro.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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