Nubank sai do prejuízo, mas ações não decolam: o que acontece?
O Nubank (NU) saiu do prejuízo e teve lucro pela primeira vez desde que abriu capital em dezembro do ano passado. O banco teve lucro líquido de US$ 7,8 milhões no 3º trimestre, conforme reportou a empresa na segunda-feira (14). Um ano antes, o Nubank reportou prejuízo de US$ 34,4 milhões.
As ações do Nubank continuam em baixa. O que acontece?
Na terça-feira (15), no mercado americano, os papéis da empresa chegaram a subir 15%. Mas nada que anulasse as perdas anteriores. Desde que entrou para o mercado de ações na Bolsa de Valores de Nova York, o papel do Nubank acumula perdas de 58,57%. Hoje, está no vermelho novamente, em queda de 1,32%, cotado a US$ 4,86, por volta de 12h15. Os recibos de ações (NUBR33) na B3 têm queda acumulada de 63%. Mas hoje estavam em alta de 12,5%, a R$ 4,32 no mesmo horário.
"É um repique momentâneo. Para reverter tudo que a ação perdeu até agora seria preciso ter trimestres consecutivos de lucros", diz Guilherme Zanin, analista da Avenue Capital.
Para ele, o resultado foi bom, mas não o suficiente para impactar nas ações de maneira positiva por dois motivos: o lucro foi baixo e a inadimplência alta.
Comparando com bancos locais, o lucro de US$ 7,8 milhões seria, em reais, equivalente a R$ 42,1 milhões. O Banco Pan (BPAN4), por exemplo, reportou lucro líquido ajustado de R$ 193 milhões no terceiro trimestre - total quatro vezes e meio maior. O BTG (BPAC11) lucrou R$ 2,30 bilhões.
Entre os grandes bancos, o Banco do Brasil (BBAS3) reportou um lucro de R$ 8,36 bilhões no 3º trimestre, o Itaú (ITUB4), de R$ 8,079 bilhões, o Bradesco (BBDC4), de R$ 5,223 bilhões, e o Santander (SANB11), um lucro de R$ 3,122 bilhões.
O resultado do Nubank, entretanto, foi melhor que o do Banco Inter (INBR32), que teve prejuízo de R$ 29,6 milhões no terceiro trimestre.
Inadimplência aumentou. Embora o Nubank tenha divulgado números bons, como o aumento de 5,1 milhões de clientes entre julho, agosto e setembro, totalizando 70,4 milhões de contas em sua base, um aumento de 46% ano a ano, a inadimplência estragou a festa. Os empréstimos feitos a clientes com atrasos de pagamento superiores a 90 dias, atingiram 4,7% da carteira, uma alta de 6 pontos percentuais na comparação com o segundo trimestre deste ano. É um número bem alto. No Santander, esse percentual chegou a 3% do total de contas. No Bradesco, ficou em 3,9% no trimestre.
"A maioria das operações de crédito do Nubank é para pessoas físicas, ao contrário de outros bancos que emprestam mais para empresas e para o agro - setores que tendem a se recuperar antes" analisa Zanin.
E o que fazer com as ações?
Para a Avenue, não há recomendação de compra. Para a corretora, é preciso ter melhora no lucro nos trimestres seguintes.
É a mesma avaliação do Bank of America. "Em uma nota positiva, a geração de receita foi robusta e o Nu se beneficiou de ganhos de eficiência. Por outro lado, os problemas com empréstimos continuaram", avaliou o BofA, em relatório para investidores. O banco americano classifica a ação como neutra: melhor não comprar, nem vender.
Mas o Goldman Sachs tem uma classificação diferente. Para o banco dos EUA, a ação do Nubank é uma boa compra. Em um ano, ela pode valorizar 150% e chegar a US$ 11, segundo o GS.
"Acreditamos que tais resultados devem dar ao mercado maior confiança de que a empresa pode executar sua estratégia, apesar de o ambiente macroeconômico continuar desafiador. E, por isso, as ações subiram 15% após a divulgação dos resultados", publicou o Goldman Sachs em relatório para acionistas.
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