Petrobras, BB, Sabesp: Vale investir em ações de estatais ou devo fugir?
No primeiro mês do ano, as ações da maior estatal brasileira de capital aberto, a Petrobras, subiram na Bolsa. PETR3 subiu 5,09%, com preço de R$ 29,46 em 31 de janeiro e PETR4 valorizou 5,93%, a R$ 26,07, conforme dados da Economatica.
Essa alta foi acima do Ibovespa, principal índice da B3, a Bolsa de Valores brasileira, que em janeiro aumentou 3,37%, mesmo com o mercado temendo intervenções do governo nas estatais. Além do aumento do preço de PETR4 e PETR3, Banco do Brasil (BBAS3) deu uma salto em janeiro de 17,19%, para R$ 40,70.
Por que as ações da Petrobras e do Banco do Brasil subiram?
A ação do Branco do Brasil está muito barata, acreditam os especialistas. Já chegou a custar R$ 52 antes da pandemia, em dezembro de 2019. Agora esta na casa dos R$ 38. Esse desconto também ajudou a atrair investidores.
Já a Petrobras se beneficiou da retomada da economia na China. O país asiático deixou de lado os "lockdowns" rigorosos em dezembro, e a economia pode voltar a crescer. Assim, o país pode precisar de mais combustível, o que ajuda a Petrobras a vender mais.
Também houve alta do preço do petróleo no mês. O preço do barril tipo Brent passou de US$ 76,25 no começo do ano para R$ 81,35 no dia 31 de janeiro - 6,69% de alta.
Quais as vantagens de investir em estatais?
Mesmo com o risco de interferências do governo, há motivos que fazem as pessoas investir em estatais.
Essas companhias têm uma grande participação de mercado e faturam muito. Por isso, também têm uma previsibilidade de caixa maior do que as empresas privadas, diz Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital.
Com essa previsibilidade essas empresas costumam distribuir bons dividendos ao investidor, diz Cardozo. Isso faz muita gente comprar as ações no começo do ano.
Investidores preferem ficar de fora das ações de estatais
Apesar das vantagens, alguns analistas decidiram deixar de lado as ações de empresas estatais. Com o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode haver mudanças nas políticas de preço, de pagamento de dividendos, além de indicações de executivos por motivos de relacionamento e não de eficiência.
"Se fizermos uma retrospectiva e verificarmos como era a gestão nos governos do PT entre 2002 e 2016, notamos que, naquela época, as empresas não tinham a eficiência que o mercado acredita que essas empresas tenham nos últimos anos", diz Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital.
Rafael Schmidt, operador de renda variável da One Investimentos, prefere ficar totalmente de fora. "Acredito que é bom evitar e preferir empresas do mesmo setor que sejam privadas", afirma ele.
Já Rodrigo Cohen, analista e cofundador da Escola de Investimentos, empresa de educação financeira, opta por um equilíbrio. "Até agora, não houve nada muito impactante no sentido de interferência. Mas é bom diversificar, não ficar só com essas ações de estatais, já que o risco existe", diz. Para ele, a melhor coisa é ficar de olho no governo. Qualquer declaração de ministros ou presidentes de estatais pode interferir no preço dos papéis.
Empresas estaduais podem ser privatizadas, e ações podem subir
Na esfera federal, é muito difícil que as privatizações aconteçam, dizem os analistas.
Mas estatais estaduais têm mais chances de serem vendidas para a iniciativa privada. É o caso da Sabesp (SBSP3), a companhia de saneamento de São Paulo, a Sanepar (SAPR4), no Paraná, e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais, Copasa (CSMG3).
"Dentre essas três empresas, a que mais tem um gatilho positivo de privatização é a Sabesp", diz Rafael Schmidt.
Ele explica que privatizações são sempre atrativas para o investidor porque o mercado acredita que trazem mais governança, eficiência e lucro para as empresas. Assim, as ações tendem a subir.
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