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Quais foram os melhores investimentos em 2023? Quanto renderam?

O ano foi marcado por uma série de acontecimentos que impactam na rentabilidade dos investimentos. Início do governo Lula, guerra entre Israel e Hamas, aumento dos juros norte-americanos e queda da taxa do Brasil, por exemplo. Com tanta agitação, chegou a hora de ver a performance dos ativos em 2023 e saber o que pode acontecer no próximo ano.

O que aconteceu em 2023

Queda dos juros começou a tirar a atratividade da renda fixa no fim do ano. Com a Selic a 11,75% ao ano e perspectiva de mais quedas nas próximas reuniões do Copom, os investidores começaram a antecipar esse movimento e a investir mais na Bolsa, em fundos e em FIIs. Por isso, a renda variável está mais forte do que o CDI nessa reta final de 2023.

Ao longo do ano, os fundos de ações registraram resgates muito grandes, enquanto os fundos de renda fixa captaram muito. Isso só se neutralizou agora, explica Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

Patamar da Selic ainda está alto em 11,75%, e é possível encontrar boas opções. O Brasil costuma ter taxas mais altas que outros países. A renda fixa costuma ser popular nas carteiras de investidores por conta da segurança e da reserva de emergência.

Inflação pode fechar em 4,49% neste ano. A estabilidade indica que a política monetária está dando certo e, gradualmente, o cenário irá favorecer mais a renda variável do que a renda fixa.

Os gastos do governo estavam no foco das discussões. Havia um receio de que o governo aumentasse demais seus gastos acima da meta, o que prejudicaria sua dívida. O governo também buscou aumentar sua arrecadação via impostos, e aprovou a taxação dos fundos dos super-ricos e das contas offshores, por exemplo.

Desempenho da renda fixa foi excelente, afirma o especialista em finanças, Caio Mastrodomênico. Os títulos negociados pelas taxas antigas acabam tendo uma valorização maior. Além da rentabilidade alta, a sua grande procura no mercado também fez com que esses papéis valorizassem, visto que pagam mais em relação aos que estão sendo emitidos agora, argumenta.

O Brasil é conhecido pela característica de juros altos, talvez pelo risco fiscal que sempre acaba elevando a taxa de juros, apesar de já ter chegado a 2% ao ano.
Caio Mastrodomênico, especialista em finanças

Quais foram os melhores e piores investimentos do ano

Veja o que rendeu acima da inflação. Levantamento considerou a inflação de 4,04%. O rendimento foi das aplicações no ano até novembro de 2023 para os principais índices do mercado financeiro através da pesquisa elaborada por Einar Rivero.

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Acima da inflação

  • Bitcoin: 111,70%
  • BDRX: 22,84%
  • Idiv (índice de dividendos): 18,65%
  • Ibovespa: 16,04%
  • Ima Geral (índice do mercado de renda fixa): 12,96%
  • CDI: 12,04%
  • Ifix (índice dos fundos imobiliários): 10,79%
  • Small Caps (índice das ações com mais potencial de crescimento na Bolsa): 9,41%
  • Poupança: 7,56%
  • IHFA (índice de fundos multimercados): 6,48%

Abaixo da inflação

  • Euro: -3,30%
  • Ouro: -5,03%

Bitcoin em alta e ouro em queda

Bitcoin é a primeira e principal moeda digital, e teve um bom rendimento do ano. Apesar dos períodos de baixa, a recuperação tende a ser mais forte em ativos digitais do que em ativos sólidos, diz Mastrodomênico. Além disso, por ser uma moeda descentralizada, tende a ser um investimento atrativo para quem deseja fugir de problemas relacionados a qualquer governo, comenta o especialista em finanças.

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Ouro se beneficia de momentos de maior pânico global, por ser um investimento mais seguro, e se desvalorizou neste ano. Ele se valorizou nos últimos anos, com a pandemia e depois com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Mas agora, as expectativas em relação ao futuro estão mais tranquilas e isso favorece outros ativos de maior risco e desfavorece os ativos que estão alocados em ouro.

Euro sofre desde o início da guerra. A moeda desvalorizou em relação às outras do mundo. A economia de países emergentes, como o Brasil, interfere também.

A carteira do investidor, principalmente o moderado e arrojado, aproveitou a mudança no ciclo de juros para tirar dinheiro de investimentos mais seguros e colocar em ativos mais arriscados. Eles tiveram maior chance de rentabilidade positiva nesse segundo semestre. É o caso de índices como BDRX, que segue as principais BDRs, ações brasileiras negociadas lá fora, o Idiv, das empresas que pagam dividendos, e Ibovespa, o principal índice da Bolsa e que inclui as ações mais negociadas.

E qual é a perspectiva para o próximo ano?

Selic vai continuar a cair em 2024. A previsão é de 9,25% e para 2025, é de 8,50%. O Banco Central já dá indícios de que vai continuar seu ciclo de corte de juros, o que vai aumentar o apetite a risco do brasileiro, aponta Cruz.

Inflação para 2024 é de 3,93%. Os dados são de acordo com o Relatório Focus do BC do dia 18 de dezembro deste ano, uma das últimas estimativas de 2023. A projeção tanto para 2025 como 2026 está em 3,50%.

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Mudança na presidência do BC dita o ritmo das principais decisões econômicas. É um dos pontos que podem impactar diretamente os investimentos, por exemplo, a segurança no mercado e as próximas mudanças na taxa Selic. Até o momento, não há sinal de quem pode assumir.

Cenário externo segue interferindo aqui dentro. Os conflitos armados no Oriente Médio interferem no preço das commodities, assim como a alta dos juros nos Estados Unidos. Ainda mais considerando a quantidade de investidores estrangeiros no Brasil que hoje passam por instabilidades em outros países.

A tendência do ano que vem é que a situação mude, as pessoas estão estão devendo menos e as próprias empresas vão pagar menos juros. Isso faz com que sobrem recursos para compras e investimentos.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos

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