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Veja as ações da Bolsa com maior desconto: quais valem a compra?

As ações da Bolsa de Valores de São Paulo estão baratas. Os preços, de acordo com um relatório do BTG, vêm caindo desde o final de 2020. Mas este ano podem voltar a subir e já estão ensaiando uma recuperação — o que faz desse o momento certo para comprar ações.

O mercado mede se uma ação está abaixo de sua média de preço por uma equação chamada P/L. Ele é o índice Preço/Lucro de uma ação. "Como o próprio nome diz, é calculado dividindo o preço atual da ação pelo lucro por ação da companhia em 12 meses, sendo uma métrica fundamental amplamente utilizada na análise de ações", explica André Vasconcellos, vice-presidente do Conselho do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI).

Trocando em miúdos, o P/L compara o preço da ação com o quanto ela lucra. "É um parâmetro que mostra se o preço das ações está de acordo com as vendas da empresa", diz Thomas Monteiro, analista-chefe do Investing.com.

Uma relação preço/lucro muito alta mostra que a ação vai demorar muito para dar retorno no futuro. "Na ponta do lápis, se um P/L é de 5 vezes, quer dizer teoricamente que o investidor levaria cinco anos para ter o retorno do total que investiu na ação", explica Breno Bonani, analista da Alphamar Invest, de Vitória (ES).

Qual é o PL do Ibovespa?

Na B3, segundo o BTG, o P/L médio atual do Ibovespa é de 9,9 vezes. O número exclui as ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3 e PETR4), que são empresas muito maiores em tamanho e liquidez que as outras da Bolsa e podem criar distorções.

Há um ano, o P/L era de 8 vezes. Então, ele vem crescendo. O que significa que este pode ser um bom momento para compras de ações que estão com desconto no preço.

Quais são as ações com melhor P/L atualmente?

A pedido do UOL, a Investing.com selecionou quais papéis estão com a relação preço lucro mais atrativa no momento e qual o potencial de retorno de cada uma em 12 meses:

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  1. Vittia (VITT3) P/L 10,5X Potencial 46,5%
  2. Unipar (UNIP6) P/L 8,8X Potencial 34%
  3. Ferbasa (FESA4) P/L 7,9X Potencial 40,01
  4. Eternit (ETER3) P/L 7,8X Potencial 19,05%
  5. Dexco (DXCO3) P/L 7,8X Potencial 20,07%
  6. Vale (VALE3) P/L 6,0X Potencial 29,07%
  7. Gerdau (GGBR4) P/L 5,0X Potencial 17,8%
  8. Suzano (SUZB3) P/L 4,2X Potencial 10,1%
  9. Metalúrgica Gerdau (GOAU4) P/L 4,1X Potencial 25,3%
  10. Bradespar (BRAP4) P/L 3,9X Potencial 51,09%

Fonte: Investing.com

Mas investir só com base no P/L é uma boa?

Não, dizem os analistas. Ele é um parâmetro inicial. "Se o PL mostra um número bom, o que varia de acordo com cada setor — que geralmente fica entre cinco a seis vezes o lucro — é um sinal para ficar de olho na empresa e na área em que ela atua. Após entender a situação, aí sim vale o investimento", explica Bonani.

Uma oportunidade positiva de compra, por exemplo, é Vittia. A companhia produz insumos de alta tecnologia e soluções sustentáveis para a agricultura. O preço veio caindo até então por conta da quebra na safra brasileira, devido a alterações climáticas, segundo Piovesan. Ação é uma boa compra, segundo a XP, que prevê que o preço atual, de R$ 7,21 pode chegar em 12 meses a R$ 17,90 - um ganho de 148,27%. Mas isso vai depender dos custos de capital mais elevados que a empresa vem sofrendo, diz a XP.

Outras três que valem a pena são: Gerdau, Suzano e Bradespar. Isso, segundo Virgilio Lage, especialista da Valor Investimentos. "Eles estão bem baratos, mas o que está atrapalhando esses papéis são oscilação do dólar e o consumo em baixa na China", diz o especialista. Por isso, o retorno pode demorar um pouco a vir. As expectativas devem ser de longo prazo.

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Quais não valem a pena?

Todos os outros. Eternit, por exemplo, embora esteja barata, deve ser evitada. "Ela vem sofrendo muito com os aumentos do custo de produção e uma queda forte na demanda e ela deve demorar ainda mais de um ano para se recuperar", diz o analista.

Vale é outra que deve ficar de fora do radar. Com o minério de ferro a US$ 120 a tonelada, o mercado acredita que esse valor não deve se sustentar, devido à baixa demanda na China. "Se cair para baixo de US$ 100, a ação da empresa vai sofrer muito", diz Piovesan.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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